A Justiça da Suíça confirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que dispõe de um "amplo material" em relação ao envolvimento da Alstom em contratos suspeitos no Brasil. Berna também deu indicações que, apesar de uma relação conturbada nos últimos anos em torno desse assunto, está disposta a colaborar.
O processo sobre negócios da Alstom no Brasil não andou na Justiça da Suíça. Isso ocorreu diante da constatação de que as eventuais propinas foram pagas antes de uma lei entrar em vigor no país europeu tornando crime o pagamento de subornos a funcionários públicos estrangeiros. Além disso, a Alstom pagou uma multa milionária para encerrar o caso na Justiça suíça.
Mas nem por isso o Ministério Público local fechou as portas para uma colaboração com o Brasil. Os suíços haviam bloqueado dinheiro em nome do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho. Ele seria um ator chave na investigação da atuação da Alstom no Brasil. Documentos sobre suas contas também foram repassados ao Brasil.
Mas o Brasil quer mais agora.
Com as informações sobre a movimentação desses consultores, a esperança dos promotores brasileiros é o de chegar a novos funcionários públicos e até políticos que tenham sido beneficiados com o dinheiro do cartel que, entre o final dos anos 90 e 2008, ganhou contratos bilionários da CPTM e do Metrô do Distrito Federal..