“O Paulo Roberto afirmou que o Cerveró recebeu propina, sim, e o Cerveró negou em 10 de setembro. Vamos colocar os dois frente a frente”, disse o deputado Enio Bacci (PDT-RS), que propôs a acareação. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, já autorizou a ida de Costa ao Congresso.
Acusado de integrar um esquema de corrupção na companhia, Paulo Roberto Costa cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, depois de ter feito acordo de delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público para contar o que sabe em troca de redução de pena. Costa já esteve na CPI Mista em setembro, mas se recusou a falar aos parlamentares, sob alegação de que poderia prejudicar seu acordo com as autoridades. Cerveró também já foi ouvido na CPI e negou acusações de que agiu de má-fé para prejudicar a Petrobras na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Expectativa
Para o vice-presidente da comissão, senador Gim (PTB-DF), a CPMI deve avançar muito com a acareação. “Estou acreditando muito nesse novo instrumento para a apuração.
Ele e outros parlamentares da oposição cobram a realização de uma reunião administrativa antes da acareação. O objetivo é aprovar requerimentos como os da quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do representante da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil, Julio Faerman, e de duas empresas ligadas a ele.
Um esquema especial de segurança foi montado para o evento. O acesso será controlado pela polícia do Senado e será restrito a parlamentares, imprensa credenciada e alguns servidores. Três telões serão instalados em salas próximas para quem quiser acompanhar a acareação. A reunião para ouvir os dois ex-diretores da estatal será realizada às 14h30, no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado..