A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras fará, nesta terça-feira (2), uma acareação entre os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró, da Área Internacional, e Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Paulo Roberto Costa denunciou um esquema de propina nas diretorias da estatal para beneficiar partidos políticos com 3% do valor dos contratos com empreiteiras. Cerveró, que comandava uma das diretorias citadas, negou saber e participar de corrupção na Petrobras.
“O Paulo Roberto afirmou que o Cerveró recebeu propina, sim, e o Cerveró negou em 10 de setembro. Vamos colocar os dois frente a frente”, disse o deputado Enio Bacci (PDT-RS), que propôs a acareação. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, já autorizou a ida de Costa ao Congresso.
Expectativa
Para o vice-presidente da comissão, senador Gim (PTB-DF), a CPMI deve avançar muito com a acareação. “Estou acreditando muito nesse novo instrumento para a apuração. A CPMI vai evoluir muito com a acareação”, disse. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acredita que a acareação será uma contribuição da CPMI à investigação, pois Costa e Cerveró ainda não ficaram frente à frente a pedido da Polícia Federal ou da Justiça Federal de Curitiba. “Poderá ser uma grande oportunidade, eu espero que ela seja, para se esclarecer a extensão de todo esse lamentável episódio que envolve a Petrobras.”
Ele e outros parlamentares da oposição cobram a realização de uma reunião administrativa antes da acareação. O objetivo é aprovar requerimentos como os da quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do representante da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil, Julio Faerman, e de duas empresas ligadas a ele.
Um esquema especial de segurança foi montado para o evento. O acesso será controlado pela polícia do Senado e será restrito a parlamentares, imprensa credenciada e alguns servidores. Três telões serão instalados em salas próximas para quem quiser acompanhar a acareação. A reunião para ouvir os dois ex-diretores da estatal será realizada às 14h30, no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.