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Estado de Minas

Cerveró nega propina e Costa diz que estava "enojado" com esquema na Petrobras

Os ex-diretores da Petrobras participam de sessão de acareação na CPMI


postado em 02/12/2014 16:41 / atualizado em 02/12/2014 17:02

(foto: Antônio Cruz/Agência Brasil )
(foto: Antônio Cruz/Agência Brasil )

Em sessão de acareação da CPMI o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-diretor da Área Internacional da companhia, Nestor Cerveró, afirmaram que mantêm os depoimentos. Cerveró falou aos parlamentares em setembro deste ano. Já Costa ficou em silêncio durante sua passagem pela comissão, mas falou à Justiça, após acordo de delação premiada. Costa acusou Cerveró de ter recebido propina pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Cerveró, contudo, nega as acusações.

Nestor Cerveró disse que a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), não apresentou nenhuma irregularidade, já que estava dentro do plano de expansão da presença internacional da estatal. “O projeto se enquadra nos planos estratégicos do conselho da Petrobras, aprovado em 1999”, afirmou. Ele ainda declarou que o Tribunal de Contas da União (TCU) “têm equívocos” e que não existe prejuízo na negociação. “Eu ratifico meu depoimento”. Ainda em sua fala, Cerveró afirmou que sua defesa estava sendo paga pela Petrobras, procedimento normal da empresa com os diretores, mas que, em caso de condenação, ele terá que ressarcir os valores. Na sequência reforçou: “não conheço qualquer esquema de propina”.

O outro acareado na sessão da CPMI, Paulo Roberto Costa, apesar de dizer que não falaria, acabou respondendo a questionamentos que tinha sido tratados por ele na delação. “Não vou responder a nenhuma pergunta, devido a esse processo [de delação] que estou passando. Todas as dúvidas sobre esse processo foram esclarecidas ao Ministério Público, esclareço a Polícia Federal e à Justiça”, declarou, ressaltando que o processo foi “muito longo e exaustivo”. "O que eu disse para o juiz Sérgio Moro, eu confirmo", afirmou. Ainda durante sua fala, Costa disse que estava "enojado" com o esquema na estatal, por isso, decidiu falar á Justiça.

O ex-diretor de Abastecimento disse que confirma tudo o que falou na delação premiada, mas fez uma ressalva: são declarações "que não posso abrir aqui", justificou. "Não tem nada na delação que eu não confirme. É um instrumento extremamente sério. Não pode ser usado de artifício", explicou. Segundo Costa, foram 80 depoimentos, mais de duas semanas na delação. "O que está lá, eu confirmo. Provas? Estão existindo, estão sendo colocadas. Falei de fatos, dados e das pessoas. Tudo o que eu falei eu confirmo", declarou.

Os dois estão sentados um em frente ao outro, acompanhado do seus advogados, e numa mesa em frente à da direção da CPI mista. Costa está com um espessa barba branca. A sala da reunião está lotada de deputados e senadores, em sua maioria da oposição, assessores parlamentares e jornalistas. O pedido para colocá-los frente a frente foi aprovado pela comissão no último dia 18 de novembro, a pedido do deputado Ênio Bacci (PDT-RS).

Com Agência Estado


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