O presidente em exercício da CPI mista da Petrobras, senador Gim Argello (PTB-DF), decidiu na tarde desta terça-feira suspender a acareação entre os ex-diretores Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, e Nestor Cerveró, da Área Internacional, para que os parlamentares possam votar projetos nos plenários da Câmara e do Senado. A decisão de Gim foi resultado de protestos da oposição, que estava receosa com o encerramento "abrupto" da acareação.
Os oposicionistas estavam exaltados com a acareação, uma vez que, desde a abertura da CPI, em maio deste ano, nunca tinham ouvido declarações tão contundentes como as de Paulo Roberto Costa. Ele disse que confirmava "tudo" o que foi relatado em delação premiada. Inicialmente, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que presidia a sessão antes de Gim, anunciou o encerramento da sessão por conta do início da chamada "ordem do dia" - o momento reservado para que os deputados e senadores votem matérias no plenário.
Logo após o anúncio de Faria de Sá, a oposição protestou. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que a sessão não poderia ser encerrada de forma "abrupta". Invocando o regimento interno do Congresso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que as CPIs poderiam, sim, continuar a ouvir depoimentos, mesmo com o início da ordem do dia.
"Isso foi feito por inúmeras CPMIs. Não estamos fazendo isso para o bem das nossas biografias, a eleição já passou. Isso aqui é um ato patriótico, não é uma comissão menor que tem que ser encerrada porque vai ter uma votação qualquer", defendeu Onyx Lorenzoni, ao lembrar que, na CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão, a tradição era continuar os depoimentos mesmo com votações em plenário.