A disputa pela Presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte, marcada para o dia 12, criou nos bastidores da Casa Legislativa uma troca de acusações entre parlamentares sobre um suposto mercado de votos em troca de cargos comissionados e dinheiro para financiamento de campanha eleitoral em 2016. As ofertas aos parlamentares estariam partindo principalmente do grupo que defende a candidatura ainda não anunciada de Joel Moreira (PTC), apoiado pela base aliada ao governador eleito, Fernando Pimentel, e por nomes ligados ao atual presidente Léo Burguês de Castro (PTdoB). Mas as propostas também teriam vindo do grupo do vereador Wellington Magalhães (PTN), candidato defendido pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). Eles estariam tentando conquistar votos prometendo cargos na prefeitura.
Embora Joel Moreira negue as afirmações e afirme que a disputa pela presidência é somente uma “possibilidade”, as informações são de que a candidatura do parlamentar estaria sendo construída pela bancada de oposição junto dos apoiadores de Léo Burguês, brigado com Wellington Magalhães, atual vice-presidente. “Eu não tenho cargo para oferecer. Quem tem cargo para oferecer são candidatos apoiados pelo Executivo (prefeitura)”, afirmou Joel Moreira, que disse defender chapa única para eleição na Câmara.
Fortalecer a candidatura de Moreira e atrair vereadores que não votariam num candidato do PT, hoje representado pelo vereador Juninho Paim (PT), seria uma tentativa da base de Pimentel crescer dentro da Câmara e já trilhar passos para conquistar a Prefeitura de BH em 2016. “Ganhar a presidência seria uma questão de honra para o Pimentel, para que o prefeito tenha que pedir bênção na hora de aprovar os projetos”, informou um parlamentar.
Segundo Juninho Paim, líder da bancada do PT e candidato à presidência, a acusação de oferta de cargos e dinheiro pela base de Pimentel em troca do apoio à Joel Moreira é “uma das maiores mentiras que se pode plantar na Câmara”. “Eu sou o candidato legítimo do PT. Vencemos na Presidência da República, no governo de Minas, por que não podemos vencer na Câmara?”
Nos bastidores, a informação é de que o grupo ligado a Wellington Magalhães também está se valendo da oferta de cargos, mas na prefeitura. “Mas, como o prefeito não será candidato em 2016, ele fica enfraquecido. A credibilidade do pedido de voto não tem tanto peso”, disse o vereador. Questionado sobre a oferta, Wellington informou que isso poderia ocorrer dentro dos quadros da própria Câmara. “Minha eleição é sólida, não é aventureira”, disse.
Votações
Reunião plenária da Câmara Municipal nessa terça-feira encerrou sem a votação de nenhum projeto. Além de estar travada por oito vetos, a pauta conta com 71 projetos de lei para serem apreciados. A oposição questiona principalmente emenda substitutiva que suprime o aumento dos Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso (ITBI) e do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Para garantir que não haverá aumento, eles querem a retirada da matéria de pauta. Além disso, a oposição critica projeto em que a prefeitura quer autorização para vender mais de 400 terrenos na Estação Ecológica de Fechos, área de proteção ambiental no Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima.