Após a conclusão da votação dos vetos presidenciais, a sessão conjunta do Congresso Nacional analisa o projeto que abre crédito de R$ 248 milhões para que a União cumpra decisão judicial determinando o pagamento de pensões a aposentados e participantes do Fundo Aerus. A oposição avisou que vai discutir a proposição "à exaustão" e, sem perspectiva de quórum, o projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e flexibiliza o ajuste fiscal caminha para ser votado só na próxima semana.
Os dois vetos presidenciais que trancavam a pauta do Congresso foram mantidos. Parlamentares da oposição questionaram o processo de apuração dos votos e apontaram divergência no resultado. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), argumentou que a apuração ocorreu de forma aberta e que a Mesa Diretora apurou "voto a voto".
Nos corredores do Congresso, oposicionistas já comemoravam a possibilidade de adiamento da votação da proposta que altera a meta fiscal. Durante toda a sessão, que se estende desde a manhã, a oposição fez uso de manobras regimentais - como pedido de verificação e votação nominal - para retardar a votação do projeto. "Usamos as armas que temos", disse o vice-líder da bancada do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT). O tucano apontou o esvaziamento da sessão e a ausência de parlamentares da própria base do governo, principalmente do PMDB, para garantir a votação da meta fiscal.
Mais cedo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) concluiu que a própria base governista não se esforçou para a aprovação do projeto porque não está satisfeita com a "distribuição dos espaços" no governo e que a presidente Dilma Rousseff se transformou em "refém" de seus aliados. "O governo ensinou sua base que reivindicando, chantageando, o governo atende. É o que a base está fazendo hoje", comentou.