A Justiça Federal deu mais 15 dias para que a Polícia Federal conclua o inquérito que apura supostos crimes cometidos pelo operador do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, no esquema de cartel, corrupção e propina na Petrobras, alvo da Operação Lava Jato. O juiz federal Sérgio Moro atendeu pedido dos investigadores para que seja dado mais prazo para análise dos materiais apreendidos nas buscas realizadas no dia 14 de novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da operação, batizada de Juízo Final.
Apesar do prazo dado de 15 dias, Moro ressalta que ao final do período não será concedida nova prorrogação e que seria “desejável que não seja utilizado todo o prazo”.
Soares, apontado como um operador da Diretoria Internacional da Petrobras, com ligações com o ex-diretor Nestor Cerveró, teve a prisão decretada no dia 14 mas se entregou à polícia no dia 21. Os delatores da Toyo Setal, Julio Gerin Camargo e Augusto Ribeiro Mendonça Neto o indicaram como um intermediário de contratos que recebeu até US$ 40 milhões em contas no exterior e em dinheiro em espécie no Brasil.
Seu nome também chegou a ser citado no caso da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, caso mais emblemático do esquema de irregularidades na Petrobras, que gerou um prejuízo de mais de R$ 700 milhões.
A defesa de Soares afirma que são falsas as acusações contra ele. O criminalista Mário Oliveira Filho disse que seu cliente é representante de empresas espanholas no Brasil e que nunca foi “operador” de partido algum, ou recebeu propina. Soares está preso cautelarmente na Superintendência da Polícia Federal.