Os irmãos Geller foram beneficiados por habeas corpus conseguido na quarta-feira, 3, pelo advogado do produtor rural Antônio Ad Mattei, detido no presídio de Ferrugem, em Sinop (MT). Depois de aceitar os argumentos do advogado Valber Mello, o juiz federal Pablo Zuniga Dourado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), decidiu estender o benefício para os outros presos. Ao sair da cadeia Milton Geller disse que provaria sua "inocência".
A operação Terra Prometida desarticulou uma organização criminosa com atuação na região de Lucas do Rio Verde (364 km de Cuiabá) e Itanhangá (427 km de Cuiabá). O grupo fraudava documentação de concessão em terras da reforma agrária em dois loteamentos, o de Itanhangá e o de Tapuráh.
De acordo com a assessoria da PF, as investigações começaram em 2010 e identificaram irregularidades na concessão e manutenção de lotes destinados à reforma agrária. Entre os integrantes da organização estão oito servidores do Incra. A fraude foi avaliada até agora em R$ 1 bilhão.
De acordo com a decisão do TRF1, oito investigados que também estavam presos desde o dia 27 de novembro foram liberados na noite da quinta-feira.
O advogado dos irmãos Geller, Murilo Freire, disse nesta sexta-feira, 5, que aguardará o fim da instrução criminal para que possa apresentar a defesa dos seus clientes. Segundo ele, os Geller estão tranquilos com relação às acusações.
Em sua decisão o juiz entendeu que houve constrangimento ilegal ao agricultor, pois a decisão da Justiça Federal de Diamantino, não indicou "concretamente os motivos para prendê-lo".
A revogação das prisões preventivas prevalecerá até o julgamento do mérito do pedido de habeas corpus.
O juiz determinou que a prisão dos acusados seja substituída por medidas restritivas como a proibição de se ausentarem de seus domicílios por período superior a um mês..