O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na coalizão, dom Joaquim Moll, afirma que a mobilização da população em torno da proposta é fundamental para que ela tenha força dentro do Congresso Nacional, que ainda é “resistente” a mudanças profundas como as defendidas no sistema político brasileiro. “A democracia representativa é muito importante – porque encontramos sempre homens e mulheres muito dignos de representar a população brasileira – mas há momentos em que, de fato, a participação do povo, como tem acontecido em diversos fatos da história do país, é indispensável para acelerar as mudanças”, afirma.
Segundo dom Mol, a maioria das adesões até agora foi conquistada por meio da internet, o que torna o processo de validação mais difícil. Para ele, o ideal é que as assinaturas ‘sejam físicas”.
Pontos O representante do Conselho Federal da OAB na Coalizão, o ex-deputado constituinte e advogado Aldo Arantes, afirma que o projeto ataca os principais pontos que, segundo ele, degradam o sistema político brasileiro e precisam ser alterados. O primeiro é o fim do financiamento privado e a adoção do financiamento democrático, que permite a doação somente de pessoas físicas, limitada a R$ 700, desde que essas contribuições não ultrapassem 40% do total de gastos da campanha. “Esse é o fator mais grave de degradação do sistema político e o principal canal da corrupção eleitoral. E também o meio pelo qual faz-se a mágica de transformar a maioria do povo brasileiro em minoria no Congresso Nacional.”
Outro ponto e a eleição proporcional em dois turnos, sendo que, no primeiro, serão apreciadas somente as propostas dos partidos, e no segundo turno, os nomes dos candidatos e a paridade entre homens e mulheres na disputa por vagas nos legislativos para acabar com a sub-representação de gênero nos parlamentos. “Outro ponto importante é o fortalecimento da democracia direta, com plebiscito, referendo e projeto de participação popular, prevista na nossa Constituição, mas que ficou de lado”, defende Arantes..