Desde 2006, o governo aplica uma fórmula para reajustar o mínimo, correspondente à inflação do período somada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Firmado com as centrais sindicais, o acordo terá de ser renovado em 2015."Essa será uma briga de foice no escuro", previu Dilma, ao avisar que enviará o projeto ao Congresso no primeiro trimestre. "Um ano antes de vencer (o acordo com a atual fórmula), temos de mandar para lá". O governo prevê resistências à proposta.
A própria fórmula atual é questionada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que gostaria de revê-la.
A revisão da tabela do IR tem o prazo ainda mais curto. Teria que ser feita até o final do ano para valer em 2015. Uma medida provisória editada pelo governo expirou sem ter sido votada. Agora, o Planalto precisa preparar um novo texto ou, de acordo com a presidente, pode incluir a correção em uma MP já em tramitação, a 656, o que permitiria acelerar o processo.
Dilma anunciou a correção em seu discurso no dia do trabalho, e o governo editou um MP com o reajuste de 4,5%, equivalente ao centro da meta de inflação, hoje já ultrapassada. Como a medida expirou, parte da equipe econômica chegou a questionar a ideia de dar a correção prometida, já que isso significa perda de arrecadação em um momento em que o governo sofre para fechar as contas. No entanto, Dilma prometeu aos sindicalistas que isso será feito.
Hoje, a inflação dos últimos 12 meses está estourando o teto da meta, chegando a 6,8%. Os sindicalistas querem que a nova MP preveja a inflação real, mas Dilma não se comprometeu. A intenção do governo é manter a correção em 4,5%, o que, segundo as centrais sindicais, imporia perdas aos trabalhadores.
O presidente da CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Adilson Araújo, disse que, na conversa, os trabalhadores também pediram revisão do fator previdenciário e a presidente teria se comprometido em abrir uma mesa de discussão sobre o tema. Dilma afirmou ainda sua preocupação com os desembolsos do governo com o seguro desemprego, que salientou que não corresponde ao nível de ocupação no País. Dilma lembrou que o desembolso com o seguro desemprego hoje é maior do que com bolsa família. A presidente está estudando formas de reduzir este tipo de pagamento.