Um dos motivos que teriam impulsionado a decisão de Hage é a forte pressão que o governo tem feito para que as empresas citadas na operação não se tornem inidôneas. Há um temor dentro do Palácio do Planalto de que sem as empreiteiras o país pare. No mês passado, o ministro disse que para os envolvidos no esquema fecharem o acordo de delação premiada eles deveriam ressarcir a Petrobras e detalhar o funcionamento da fraude.
Nessa segunda-feira, o ministro ressaltou que é preciso que as estatais e as empresas de economia mista invistam em sistemas de controle interno. “É preciso trazer as estatais para o foco do controle porque atualmente elas têm sistema de licitação próprio”, disse. Segundo ele, esses contratos só não estão fora do alcance por causa das auditorias anuais de contas, “procedimento basicamente formal-burocrático, de baixa efetividade para fins de controle”.
Durante o seu discurso, Hage defendeu ainda a reforma política e a reforma do processo judicial, que é hoje “intoleravelmente moroso”.
O ministro reclamou dos cortes orçamentários que a CGU sofreu nos últimos anos. “A Controladoria já tinha historicamente um orçamento pequeno. Representamos um peso ínfimo no orçamento federal, sobretudo se comparado com o que se evita em desperdício e desvios”, argumentou.
Hage assumiu a CGU em junho de 2006, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010, quando montava seu primeiro escalão, a presidente Dilma Rousseff chegou a articular a troca de Hage. A petista convidou Maria Elizabeth Rocha, ministra do Superior Tribunal Militar, que recusou..