Em 2012, a Presidência da República instalou a comissão durante uma audiência pública, com a presença de todos os ministros do governo e dos três comandantes militares.
Também foram convidados e participaram daquela cerimônia os presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, assim com ex-presidentes da República. Lá estavam, lado a lado, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello e José Sarney.
A decisão do Palácio do Planalto de ser discreto na entrega do relatório surpreendeu integrantes da comissão. Desde o primeiro semestre, quando ficou acertado que ela ocorreria a 10 de dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos, acreditava-se que teria destaque igual ou até maior que o da instalação da comissão. Seria uma forma de acompanhar a recomendação da Organização das Nações Unidas para que sejam realizados grandes eventos públicos na data para lembrar a importância do respeito aos direitos humanos. A comissão foi criada em 2011, por meio da Lei 12.528, aprovada no Congresso por meio de um acordo de lideranças. A instalação ocorreu no ano seguinte.
Na audiência desta quarta, a presidente receberá os seis integrantes do grupo: José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro, Pedro Dallari e Rosa Cardoso. Após 2 anos e 7 meses de trabalho, eles vão entregar o resultado das apurações sobre graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, com foco maior no período da ditadura militar, a partir de 1964.
Para dar maior divulgação à apresentação do relatório, a comissão e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vão realizar em Brasília, no mesmo dia, à tarde, um encontro com vítimas da repressão e representantes de comissão da verdade estaduais.
A assessoria da Presidência não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o evento de entrega do relatório. .