Brasília - Em evento realizado nessa segunda-feira, 08, em São Paulo, representantes das dez centrais sindicais de trabalhadores do país pediram a responsabilização de empresas que estimularam e apoiaram a perseguição de funcionários, especialmente os que eram ligados ao movimento sindical, nos anos da ditadura militar.
"Queremos justiça e reparação. Não nos contentamos apenas com a apuração da verdade", disse durante o evento a advogada Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional e coordenadora do grupo de trabalho.
Ela também disse que a responsabilização não seria necessariamente criminal, ou em termos de indenização individual dos trabalhadores perseguidos. As empresas identificadas nas investigações do grupo poderiam ser obrigadas a constituir um fundo comum destinado a ações de fortalecimento da democracia e do respeito aos direitos dos trabalhadores.
O grupo identificou um conjunto de 24 empresas que teriam colaborado com as forças de repressão política, perseguindo funcionários por suas atividades sindicais ou porque manifestavam discordância com o regime. Elas estão localizadas sobretudo em São Paulo, na região do ABC Paulista e no Vale do Paraíba. A lista inclui empresas privadas brasileiras e estrangeiras e também estatais.