O Plenário da Câmara aprovou, por 359 votos a 1 e 6 abstenções, o pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas (sem partido-PR) por quebra de decoro parlamentar, conforme recomendação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A perda do mandato terá efeitos após a publicação da resolução derivada do processo. Vargas já ocupou a vice-presidência da Casa. Todos os partidos orientaram suas bancadas a votar pela perda de mandato, incluindo o PT, ex-legenda do parlamentar.
Conforme o parecer do relator Júlio Delgado (PSB-MG) no Conselho, Vargas quebrou o decoro parlamentar ao ter atuado na intermediação junto ao Ministério da Saúde em favor do laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef, preso em março por participação em esquema de lavagem de dinheiro. O parecer enfatizou ainda o alto custo da alocação de aeronave usada por Vargas – cerca de R$ 105 mil –, quantia que foi financiada pelo doleiro.
Ainda durante a sessão, Delgado fez um apelo para que os colegas resgatem a imagem da Casa e votassem pela perda de mandato do ex-petista. Mais cedo, a sessão chegou a ser cancelada por falta de quórum, o que causou tumulto entre os parlamentares. Mais de 220 deputados já haviam registrado presença quando eram necessários 257 para o início da votação. Parlamentares que haviam participado de cerimônia de posse no Tribunal de Contas da União (TCU) e estavam em reuniões nas comissões se dirigiam ao plenário quando a sessão foi interrompida. Deputados contrários ao encerramento com menos de quatro horas de sessão protestaram e exigiram a retomada do debate.
Com Agência Câmara