"Eu fico, não vou dizer que fico enojado, porque seria muito grave, mas ela (a planilha) é absolutamente falsa. Inclusive é interessante que cita deputados de uma época em que eu não era deputado", disse ao deixar um evento na capital paulista.
Entre outros políticos cujos nomes aparecem na planilha estão Mário Covas (PSDB), já morto e que foi governador de São Paulo entre 1994 e 2001, do também falecido deputado federal pelo PMDB nos anos 1990 e depois prefeito de Araçatuba pelo então PFL, Jorge Maluly Netto, e de José Aníbal (PSDB), então deputado e hoje suplente do senador eleito por São Paulo José Serra (PSDB).
Temer repetiu a resposta que havia dado através de sua assessoria de imprensa, de que jamais teve qualquer emenda parlamentar destinada às cidades de Araçatuba ou Praia Grande, como referido no documento apreendido.
"No passado, já houve uma coisa dessas e eu interpelei judicialmente. Recebi uma declaração do então advogado da Camargo Correa, que era nosso querido Marcio Thomaz Bastos, dizendo que não havia absolutamente nada", disse Temer em relação à apreensão de uma planilha que continha o nome de Temer durante a operação Castelo de Areia, em 2009, operação que acabou arquivada.
Em sua defesa, o vice-presidente argumentou ainda que o seu nome foi grafado de forma errada, aparece como "Michel Themer", no documento. "Acho que as pessoas sabem meu nome né?"
Questionado se teria um palpite sobre a origem do documento, Temer começou a responder mas interrompeu sua própria fala. "Não sei, só pode ser de...
Afastamento de diretores
Sobre a fala do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugerindo o afastamento de toda a diretoria da Petrobras, Temer disse considerar importante o papel firme do procurador. Apesar dessa ressalva, disse que a fala de Janot pode ser levada em consideração, mas que a decisão é do Executivo federal. Temer fez ainda uma observação em favor da presidente da estatal, Graça Foster. "O que tem se dito até agora é que não há responsabilidade, pelo menos, da presidente Graça Foster."
Anistia
Michel Temer confessou ainda não ter tido tempo de ler o relatório da Comissão Nacional da Verdade, entregue hoje à presidente Dilma Rousseff. Perguntado sobre o que acha da possibilidade de se rever a Lei de Anistia, disse apenas achar que "mexer no passado é uma coisa um pouco complicada". Mas disse que examinará o documento produzido pela CNV em detalhe assim que for possível..