"O problema do relatório é que desacredita todo o trabalho da Comissão da Verdade, por diversos motivos.", disse Castro. "Primeiro, a comissão foi criada por uma lei que previa que ela devia investigar as violações de direitos humanos de 46 a 88. A própria Comissão da Verdade, por livre e espontânea vontade, limitou o tempo. Passou para 64 a 85."
O militar lembrou que a CNV, depois, limitou (a apuração) a um dos lados do período.
Segundo ele, a CNV agiu como se os atos terroristas fossem normais. "Só os agentes do Estado cometeram violações", declarou. "Depois, (a CNV) apresenta um relatório agora em que todo mundo é responsável pelas violações de direitos humanos. Todos os ministros do Exército, todo mundo naquela época."
Entre as propostas da CNV que considerou "sem o mínimo fundamento", o general Castro destacou a de revisão da Lei de Anistia. Ele viu na proposição uma iniciativa para punir apenas os militares e proteger os opositores anistiados.
"Anistia é uma coisa que, depois de concedida, não é revogável", disse. "Mas ela (a CNV) também não propõe a revogação da Lei de Anistia. Se revogassem, os agentes da subversão, do terrorismo, das guerrilhas também estariam sujeitos às penas da lei. Querem somente rever a Lei da Anistia no tocante aos agentes do Estado. Os outros continuam anistiados... É um relatório que chega a ser pândego."
Castro afirmou que o Clube Militar considera o trabalho da Comissão da Verdade gasto de recursos públicos desnecessário. "Não se consegue verdade nenhuma ouvindo só um lado da contenda", afirmou. "Então, foi um gasto de recursos públicos e um relatório que chega a ser engraçado."
O Clube Militar prometeu para a quinta-feira, 11, a divulgação dos nomes de envolvidos em ações de terrorismo contra o regime militar..