A memória do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Victor Nunes Leal foi reverenciada nessa quarta-feira pela Academia Mineira de Letras, em cerimônia que homenageou o centenário do jurista lembrado por suas inúmeras facetas. Mineiro de Carangola, na Zona da Mata, ele faleceu em 1985, mas deixou sua marca na advocacia, no jornalismo, no universo jurídico e literário.
A trajetória do intelectual foi contada, com carinho e riqueza de detalhes, pelo também ministro do STF Carlos Velloso, que o descreveu como “senhor de meia estatura e cabelos esvoaçantes”, ao lembrar de quando se conheceram pessoalmente, em 1974. “Victor Nunes Leal foi um dos maiores juízes do Supremo”, reforçou Velloso. Ele também ressaltou os feitos do ex-ministro na literatura. “Coronelismo, enxada e voto é livro de leitura obrigatória”, disse. Não por acaso, em 1976, Leal se tornou membro da Academia Mineira de Letras.
Victor Nunes Leal, nomeado ministro em 1960 pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Foi, no entanto, aposentado em 1969, por causa do Ato Institucional nº 5. Uma das contribuições mais expressivas do mineiro, na avaliação do procurador do Estado de Minas Gerais José Maria Couto Moreira, foi a Súmula Vinculante. Trata-se de jurisprudência que, quando votada e aprovada por dois terços do plenário, determina que demais tribunais e juízes sigam esse entendimento. “Ele era um homem de cultura enciclopédica”, afirmou Moreira, que trabalhou com Leal.