O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato à presidência da Câmara dos Deputados para o biênio 2015-2016, afirmou ontem, durante encontro em Belo Horizonte com deputados mineiros, que considera inevitável a instalação no ano que vem de uma nova comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar irregularidades na Petrobras. Líder do partido na Câmara, Cunha avaliou que, a partir do momento em que os deputados e senadores tiverem acesso a todas as delações premiadas e depoimentos de envolvidos no esquema de corrupção da estatal, será preciso continuar as investigações.
“Como eu sempre disse sobre a CPMI, no momento em que houve delações premiadas, essa comissão morreu. Eu mesmo, como membro, a abandonei. Porque não tem mais nada a se fazer. Você vai investigar algo que não conhece? Só depois de conhecer as delações premiadas você retomaria o conceito de ter uma comissão para investigar, já que mudou completamente o curso. Conhecidas as delações, acho inevitável ter outra comissão”, afirmou o candidato, acrescentando que a instalação da nova comissão dependerá apenas dos parlamentares: “A CPMI é automática, não depende do presidente da Câmara, mas de um terço dos senadores e um terço dos deputados”.
As irregularidades na Petrobras vieram à tona em março, depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava-Jato, desvendando relações irregulares entre diretores da estatal com donos de empreiteiras e doleiros. No Congresso, foram criadas duas comissões para investigar as denúncias, porém os resultados foram muito criticados por parlamentares da oposição, que a consideraram uma “CPI chapa branca”. A instalação de uma nova comissão tem sido defendida pelo senador Aécio Neves (PSDB) depois que foi apresentado o relatório final da CPMI sem apontar os responsáveis pelas supostas irregularidades.
Rebelde
O nome de Eduardo Cunha foi oficializado pelo PMDB como candidato no início do mês, mas parte da bancada governista no Congresso vê a eleição do parlamentar fluminense como uma derrota para a presidente Dilma Rousseff (PT), que teve problemas com Cunha nos últimos anos. Ele chegou a liderar rebeliões na base aliada ao Planalto e impôs algumas derrotas ao governo em votações na Câmara, como na aprovação de emendas criticadas pelo governo federal na MP dos Portos e na votação que pôs fim à CPMF, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O deputado, no entanto, afirma que, caso seja eleito para a principal cadeira da Câmara, não fará oposição ao Planalto. “Não sou candidato de oposição, mas não serei submisso ao governo. Não liderei rebelião, simplesmente tínhamos opiniões contrárias em relação a algumas matérias. Agora, por exemplo, fui favorável à mudança na meta do superávit primário. Em todos os momentos que o governo precisou de governabilidade, o PMDB não faltou. O que não quer dizer que tenho que concordar com tudo que o governo mande ao Congresso”, disse Cunha. Até agora, o PT não oficializou um nome para disputar com Cunha, mas o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) tem sido apontado como principal candidato da legenda.
Perguntado se apoiaria um movimento de parlamentares pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) caso as investigações apontem ligações da petista com irregularidades na Petrobras, Cunha afirmou que não existe essa possibilidade. “Não dá para falar em impeachment de alguém que acabou de se eleger, de forma legítima pelo voto da maioria da população. Isso não existe”, afirmou.
APOIO
No encontro de ontem, estavam presentes 17 deputados federais da próxima legislatura, o vice-governador eleito Antônio Andrade (PMDB) e deputados que deixarão o Congresso no final do mês. Além de políticos do PMDB, estavam presentes parlamentares do PP, PTN e os deputados Gabriel Guimarães, do PT, e Caio Nárcio, do PSDB. O petista foi acompanhado de seu pai, ex-deputado Virgílio Guimarães, que pediu votos para Cunha, mas falou que o filho não deveria declarar o apoio por compromissos com a bancada do PT. Já o tucano afirmou que seu partido ainda não tomou uma posição sobre a disputa da presidência da Casa. Antes da reunião com os deputados, Cunha se encontrou com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), com o governador Alberto Pinto Coelho (PP) e com o governador eleito Fernando Pimentel (PT).
“Como eu sempre disse sobre a CPMI, no momento em que houve delações premiadas, essa comissão morreu. Eu mesmo, como membro, a abandonei. Porque não tem mais nada a se fazer. Você vai investigar algo que não conhece? Só depois de conhecer as delações premiadas você retomaria o conceito de ter uma comissão para investigar, já que mudou completamente o curso. Conhecidas as delações, acho inevitável ter outra comissão”, afirmou o candidato, acrescentando que a instalação da nova comissão dependerá apenas dos parlamentares: “A CPMI é automática, não depende do presidente da Câmara, mas de um terço dos senadores e um terço dos deputados”.
As irregularidades na Petrobras vieram à tona em março, depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava-Jato, desvendando relações irregulares entre diretores da estatal com donos de empreiteiras e doleiros. No Congresso, foram criadas duas comissões para investigar as denúncias, porém os resultados foram muito criticados por parlamentares da oposição, que a consideraram uma “CPI chapa branca”. A instalação de uma nova comissão tem sido defendida pelo senador Aécio Neves (PSDB) depois que foi apresentado o relatório final da CPMI sem apontar os responsáveis pelas supostas irregularidades.
Rebelde
O nome de Eduardo Cunha foi oficializado pelo PMDB como candidato no início do mês, mas parte da bancada governista no Congresso vê a eleição do parlamentar fluminense como uma derrota para a presidente Dilma Rousseff (PT), que teve problemas com Cunha nos últimos anos. Ele chegou a liderar rebeliões na base aliada ao Planalto e impôs algumas derrotas ao governo em votações na Câmara, como na aprovação de emendas criticadas pelo governo federal na MP dos Portos e na votação que pôs fim à CPMF, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O deputado, no entanto, afirma que, caso seja eleito para a principal cadeira da Câmara, não fará oposição ao Planalto. “Não sou candidato de oposição, mas não serei submisso ao governo. Não liderei rebelião, simplesmente tínhamos opiniões contrárias em relação a algumas matérias. Agora, por exemplo, fui favorável à mudança na meta do superávit primário. Em todos os momentos que o governo precisou de governabilidade, o PMDB não faltou. O que não quer dizer que tenho que concordar com tudo que o governo mande ao Congresso”, disse Cunha. Até agora, o PT não oficializou um nome para disputar com Cunha, mas o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) tem sido apontado como principal candidato da legenda.
Perguntado se apoiaria um movimento de parlamentares pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) caso as investigações apontem ligações da petista com irregularidades na Petrobras, Cunha afirmou que não existe essa possibilidade. “Não dá para falar em impeachment de alguém que acabou de se eleger, de forma legítima pelo voto da maioria da população. Isso não existe”, afirmou.
APOIO
No encontro de ontem, estavam presentes 17 deputados federais da próxima legislatura, o vice-governador eleito Antônio Andrade (PMDB) e deputados que deixarão o Congresso no final do mês. Além de políticos do PMDB, estavam presentes parlamentares do PP, PTN e os deputados Gabriel Guimarães, do PT, e Caio Nárcio, do PSDB. O petista foi acompanhado de seu pai, ex-deputado Virgílio Guimarães, que pediu votos para Cunha, mas falou que o filho não deveria declarar o apoio por compromissos com a bancada do PT. Já o tucano afirmou que seu partido ainda não tomou uma posição sobre a disputa da presidência da Casa. Antes da reunião com os deputados, Cunha se encontrou com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), com o governador Alberto Pinto Coelho (PP) e com o governador eleito Fernando Pimentel (PT).