O ex-presidente da estatal è próximo do ex-gerente de marketing Geovanne de Morais, que foi acusado pela ex-gerente da área de Abastecimento Venina Fonseca. Ela afirmou ao jornal Valor Econômico ter alertado a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, das irregularidades nos contratos de marketing da estatal, acusando pagamentos de serviços não prestados e excessos de gastos.
A Muranno Brasil é alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal, após seu nome aparecer nos pagamentos feitos por Youssef com recursos desviados da Petrobras via contratos da Camargo Corrêa - construtora acusada de cartel. Foram feitos pagamentos que totalizaram R$ 1,7 milhão entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 para a Muranno.
Segundo Youssef afirmou em sua delação premiada, a agência de propaganda era contratada pela Petrobras com dinheiro não contabilizado e tinha dívidas a receber. Seu dono, o empresário argentino Ricardo Marcelo Villani, estaria pressionando o governo Lula para obter os valores atrasados. Ele teria ameaçado denunciar os esquemas de corrupção e propina na estatal, que virou alvo da Operação Lava Jato e era controlado pelo PT, PMDB e PP - mas que abasteceu também o PSDB e o PSB.
Costa acionou o operador do esquema de propina e pediu que fosse acertada a dívida. Youssef confirmou que providenciou o pagamentos de R$ 1,7 milhão.
Confissão
Villani nega ter ameaçado denunciar o esquema alvo da Lava Jato, mas confirmou que prestava serviços para a Petrobras, por meio do ex-gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados Sillas Oliva Filho e pelo ex-gerente de Marketing da Diretoria de Abastecimento, sem ter contrato. O serviço seria a divulgação da marca da estatal em eventos da Fórmula Indy, nos Estados Unidos, entre 2004 e 2008.
“Silas sugeriu que ele bolasse uma estratégia de marketing de relacionamento”, diz Villani, sobre a criação da Muranno para os serviços na Indy. “Que o declarante ‘bolou’ um projeto e fez um orçamento para a gerência de comunicação de Abastecimento da Petrobrás, cujo gerente era Geovanne.”.