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Estado de Minas

Posse da reeleição de Dilma deverá ter protestos e festa

Ativistas querem mostrar intolerância com a corrupção em manifestações marcadas para 1º de janeiro. Petistas apostam em plateia repleta de aliados para apoiar Dilma em seu novo mandato


postado em 14/12/2014 06:00 / atualizado em 14/12/2014 07:30

Manifestação em frente à Câmara dos Deputados contra as mudanças na meta fiscal: insatisfação da população diante dos escândalos do governo (foto: Lúcio Bernardo Júnior/Câmara dos Deputados)
Manifestação em frente à Câmara dos Deputados contra as mudanças na meta fiscal: insatisfação da população diante dos escândalos do governo (foto: Lúcio Bernardo Júnior/Câmara dos Deputados)

Brasília – O sonho do PT de transformar a posse de reeleição da presidente Dilma Rousseff em uma enorme festa popular pode ser abalado pelos protestos marcados para 1º de janeiro. Pelas redes sociais, alguns grupos se organizam para “mostrar que o país tem oposição”. Em um dos eventos convocados pelo Facebook, o chamamento faz um apelo para que as pessoas compareçam às ruas “para demonstrar que queremos que a investigação acerca do escândalo recente da Petrobras seja acirrada e que estamos descontentes com tanta roubalheira e impunidade no Brasil”. A movimentação já acendeu um alerta entre os integrantes do partido da presidente.

Outro evento publicado na rede destaca que a ideia é seguir os passos do PT quando não era governo. “A oposição que a militância do PT fez em toda sua história foi muito importante para a vitória do Lula em outras eleições e da Dilma nesta eleição. Eu proponho o mesmo. De hoje em diante, vamos fazer a oposição que eles sempre fizeram. Uma oposição constante, começando agora até quando for necessário!”, ressalta. Responsável pela organização dos últimos protestos contra a presidente em Brasília, o Vem para rua, Brasília já começou a distribuição de convites para a manifestação. O grupo, que desta vez se chamará Vem para Brasília, Brasil, aposta nas últimas notícias do escândalo da Petrobras para atrair o maior número de insatisfeitos possível.

De acordo com um dos coordenadores do movimento, o advogado Matheus Sathler, a ideia é chamar atenção dos governantes para mostrar que a população não tolera mais corrupção. “Vamos fazer uma oposição contundente, implacável diante de tantas mentiras, tanta corrupção”, justificou. Na opinião dele, é preciso enfatizar o poder da sociedade. “As pessoas estão mais conscientizadas de que nós somos responsáveis pelo nosso crescimento, pelas políticas sociais. Defendemos um Estado mínimo que não atrapalhe o cidadão de vencer, de prosperar, e nem sustente, com o dinheiro da população, o poder do governo e o poder de corrupção.”

Sathler, no entanto, destaca que, por ser um feriado onde tradicionalmente as pessoas deixam a cidade, não vai ser fácil arrastar uma multidão. “Mas estamos com um planejamento de mobilização forte. Nossa expectativa é de atrair pelo menos 5 mil pessoas”, explicou. Há protestos marcados para outras cidades do país, como São Paulo.

Além de convidar os movimentos sociais para reafirmar o diálogo, o Partidos dos Trabalhadores também considera a presença dos apoiadores um forte antídoto para abafar possíveis protestos. Na reunião da bancada do partido da última semana, parlamentares externaram essa intenção. No encontro de uma das correntes do partido, a Construindo um novo Brasil, o tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto, citado na Operação Lava-Jato, reconheceu que os escândalos da Petrobras prejudicam o planejamento da festa para a posse.

RECEPÇÃO  A ideia é fazer uma recepção semelhante à da posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. No 5º Congresso do PT, na última quarta-feira, dirigentes e personalidades da sigla, como o ex-presidente Lula, endossaram uma convocatória para que os militantes ocupem as ruas da Esplanada e da Praça dos Três Poderes, de preferência, vestidos com a cor do partido. No evento, o governador da Bahia, Jaques Wagner, disse que é preciso encher as ruas de Brasília com pessoas de camisa vermelha. “Temos ainda mais 30, 40, 50, 60 anos de contribuição para aqueles que eram os eternos excluídos da nossa terra”, ressaltou o governador.

O presidente da legenda, Rui Falcão, acrescentou que, apesar da distância, espera que as pessoas venham para a capital e façam uma grande festa, demonstrando força aos que querem enfraquecer a sigla. Integrantes do partido, no entanto, estão cientes de que a tentativa da presidente de começar um novo governo com forte apoio popular não será fácil.

Petistas ouvidos pela reportagem reconhecem que a sigla está desgastada. Interlocutores do Planalto, entretanto, destacam que uma das melhores formas para combater o mau humor de setores que são contra o governo é se aliar às bases que elegeram a presidente Dilma Rousseff. Na avaliação deles, ao fazer questão da presença dos eleitores, a presidente também dá um aceno aos movimentos da juventude, das mulheres, dos negros, dos trabalhadores.


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