Brasília – Uma semana após ser aclamado pelo PT como nome de consenso para disputar a presidência da Câmara contra o líder Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o vice-presidente da Casa, Arlindo Chinaglia, ainda precisa encontrar apoio de aliados para se firmar candidato. Nessa segunda-feira, depois de anunciado que o vice-presidente Michel Temer estaria articulando apoio petista em torno do nome de Cunha, para evitar o confronto entre os dois maiores partidos da Casa, dez deputados se reuniram em um jantar na casa de Décio Lima (PT-SC) para debater a situação.
Peemedebistas reforçam que Temer procurou petistas na semana passada para tentar apoio. Ontem, Chinaglia negou que tivesse sido procurado. “Não há conversa com o PMDB, isso não existe”, frisou. Petistas também negaram que a legenda pudesse apoiar Cunha. “Se existe essa situação, ela é isolada porque o PT tem convicção de que pode vencer a eleição”, disse o deputado federal Décio Lima. Porém, ambos os partidos temem um confronto na disputa da presidência em fevereiro de 2015.
Além de Cunha e Chinaglia, concorrem a presidência o socialista Júlio Delgado (MG) e o pedetista André Figueiredo (CE). Ambos são opções relevantes para uma terceira via fortalecida. Na semana passada, PPS, PSB, Solidariedade e PV anunciaram a formação de um bloco parlamentar, que conta com 67 deputados federais (34 do PSB, 15 do SD, 10 do PPS e 8 do PV). Esta semana, são esperadas reuniões petistas informais para tratar da presidência da Casa. Também devem ser discutidas as votações da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Impositivo. Porém, a bancada não deve se reunir.
Na semana passada, a reunião petista foi marcada por ânimos exaltados, com parte da bancada argumentando que era melhor aderir de uma vez a Cunha e outra inclinada a apoiar o nome de um não petista, além dos defensores de Chinaglia.