Familiares das vítimas planejam uma vigília para a noite desta terça-feira, em frente à Catedral de Nossa Senhora da Conceição em memória dos mortos. Eles pedem pressa no julgamento dos cinco indígenas que estão presos, acusados dos crimes.
De acordo com o advogado Carlos Evaldo Terrinha, que representa as famílias dos três homens assassinados, há inconformismo com a demora no processo, que tramita na 2a. Vara Criminal de Humaitá. “Após o recebimento da denúncia, houve a troca de juízes e o processo chegou a parar”, afirmou.
Em novembro, uma decisão da Justiça permitiu que dois dos cinco índios presos saíssem da prisão para participar de uma cerimônia tradicional dos tenharins. A medida causou protestos e ameaças contra a comunidade indígena. Desde a morte dos brancos, os tenharins são hostilizados na cidade. Muitos indígenas foram obrigados a voltar para a aldeia, distante 120 quilômetros.
Pedido
Os cinco acusados estão presos no município de Lábrea, mas a defesa já pediu a transferência para uma base da terra indígena Hi-Merimã, sob a custódia da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os três homens desapareceram no dia 16 de dezembro de 2013, quando passavam pela terra indígena. Testemunhas viram quando o carro foi cercado pelos índios e levado para uma aldeia. Na noite de Natal, revoltada com a falta de investigação dos crimes, a população de Humaitá afundou um navio usado para atendimento às populações indígenas.
Em 30 de janeiro deste ano, a Polícia Federal prendeu cinco índios pela prática dos crimes de sequestro, homicídio e ocultação de cadáver. Os corpos das vítimas foram encontrados três dias após as prisões, enterrados numa vala, na aldeia Taboca, no interior da terra indígena. Nenhum dos acusados admitiu os crimes. .