Curitiba – A força-tarefa da Operação Lava-Jato, que apura o esquema de desvios envolvendo contratos da Petrobras, vai colaborar com as investigações tocadas pela Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que fiscaliza o mercado de capitais americano. A pedido da SEC – espécie de “xerife” das empresas que negociam ações da Bolsa de Nova York, entre elas, a estatal petrolífera –, procuradores viajarão aos Estados Unidos no início de janeiro para levar informações sobre os inquéritos e ações penais abertos no Brasil. Além da colaboração com a SEC, os investigadores vão buscar dados sobre o dinheiro movimentado pelos envolvidos naquele país.
Um dos objetivos da força-tarefa é obter mais elementos sobre os supostos repasses ao ex-diretor de Serviços Renato Duque. Um dos delatores, o executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, disse que numa das operações, por exemplo, fez depósitos de US$ 1 milhão para o ex-diretor, ligado ao PT, numa conta da offshore Drenos, mantida no Banco Cramer, em Lugano. “O beneficiário dos pagamentos na conta Drenos é o próprio Renato Duque”, disse Camargo.
A partir das informações sobre a movimentação financeira, a força-tarefa pretende oferecer denúncia contra Duque. Embora apontado como beneficiário de propinas na estatal, ele não consta como alvo de ações já ajuizadas pela força-tarefa.