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Estado de Minas

Graça Foster põe cargo à disposição e diz que demissão coletiva foi discutida

Há duas semanas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu a demissão de toda a diretoria da estatal


postado em 18/12/2014 00:12 / atualizado em 18/12/2014 07:58

João Valadares

Brasília – A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, informou ontem, durante café da manhã com jornalistas na sede da estatal, no Rio de Janeiro, que colocou o cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff (PT) após denúncias de corrupção na petroleira. Ela declarou também que uma possível demissão coletiva de toda a diretoria foi discutida na reunião do Conselho de Administração. No entanto, salientou que permanece à frente da empresa enquanto Dilma desejar. A situação de Graça Foster ficou insustentável após denúncia de que ela teria sido alertada, desde 2009, sobre o esquema criminoso na petrolífera.

“O mais importante é a Petrobras. Conversamos sim (com a presidente Dilma) uma, duas, três vezes. A motivação é não travar o balanço da Petrobras. Então, hoje estou aqui enquanto contar com a confiança da presidente”, afirmou à imprensa. Há duas semanas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu a demissão de toda a diretoria da estatal.

No café da manhã, Graça Foster defendeu ainda um posicionamento do governo em relação às empreiteiras e demais grupos empresariais envolvidos no escândalo. “Empresas com evidências em práticas de corrupção não podem ser contratadas. É preciso que o governo se organize e resolva a situação com as empresas, porque o mercado se fecha e elas não conseguem se financiar. Sem isso, vamos ter de fazer licitação internacional toda hora”, alertou.

Ela declarou que a Petrobras decidiu não publicar o balanço na semana passada porque esperava ter acesso ao depoimento do ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, citado pelos delatores como recebedor de propinas em nome do ex-diretor de Serviços Renato Duque.

A presidente da estatal avaliou que a Operação Lava-Jato é um episódio triste, mas que pode ser motivador. “A Petrobras tem uma Lava-Jato nas costas e a gente tem que resolver isso. Só uma coisa me motiva mais do que curva de produção. É acabar com esse descrédito. Essa Lava-Jato me motiva mais do que a curva de produção”, atestou.

A presidente da estatal comentou, pela primeira vez, o alerta de irregularidade que teria sido emitido, segundo o jornal Valor Econômico, pela ex-funcionária da Petrobras Venina Velosa da Fonseca. “Recebi e-mails de 2009 de Venina, no momento em que ela teve uma briga com Paulo Roberto Costa, não sei por quê. O assunto era a comunicação. Eu falei para o Paulo que eles deveriam conversar”, relatou. Foster disse que as mensagens eram cifradas. “Depois, em 2011, veio um novo e-mail. Ela fala em esquartejamento de projeto. Não sei o que é. Licitação ineficiente. Também não sei”, salientou.


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