O relatório aprovado se limita a recomendar as investigações à Procuradoria Geral da República. Entre os citados, estão os ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró. Políticos apontados por envolvimento no esquema foram poupados. Já os acusados poderão ser indiciados pelos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa ou passiva.
A oposição prometeu trabalhar para retomar as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras no próximo ano. Em seu discurso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) defendeu que a investigação seja reaberta e aborde indícios de irregularidades nos negócios da Petrobras na África e na Argentina. Ele acusou a atual presidente Graça Foster de mentir ao Congresso e de acumular a diretoria internacional da estatal para "apagar impressões digitais de corrupção". "Em qualquer país sério, a presidente da companhia seria exonerada", declarou.
Já os aliados do governo insistiram que a atual administração investiga os casos de corrupção e acusou a oposição de promover o terceiro turno da sucessão presidencial. O líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE), condenou os "vazamentos seletivos" da operação Lava Jato e associou a ação da oposição ao inconformismo com a derrota de Aécio Neves (PSDB) na sucessão presidencial. "Tentaram criar as condições para um hipotético impeachment", afirmou.
Marco Maia também reavaliou a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, desta vez pedindo o aprofundamento das investigações e admitindo o prejuízo de US$ 561,5 milhões na compra. O relator também pediu aprofundamento das investigações de empresas citadas em negócios irregulares com a Petrobras - Andrade Gutierrez Construções, Caide União, Consórcio Renest, Construções e Comércio Camargo Correia, construtoras OAS e Queiroz Galvão - acusadas dos crimes como pagamento de propina, fraude em licitações, formação de cartel e lavagem de dinheiro.
A oposição queria o indiciamento de 59 pessoas e a instauração de inquérito contra 36 citados nas investigações da Operação Lava Jato, além da presidente Dilma Rousseff que seria responsabilizada por improbidade administrativa na compra da refinaria, assim como os membros Conselho de Administração da Petrobras, na ocasião da compra.
Com Agência Brasil e Estado.