Argôlo, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, conseguiu evitar a votação em plenário do pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética. Um pedido de vista adiou a votação do recurso que o deputado apresentou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Alves lembrou que o caso ainda precisa passar por votação na CCJ para que a Mesa Diretora se posicione sobre o assunto. "Não tem como chegar à minha mesa para tomar a decisão", disse.
O deputado do Solidariedade não conseguiu se reeleger, mas pode voltar à Câmara na próxima legislatura como suplente. Há divergências de interpretação da legislação sobre a manutenção do processo: alguns técnicos da Casa afirmam que o processo pode ser arquivado com o fim desta legislatura, outros acreditam que o caso pode ser apreciado na próxima legislatura, exercendo ele o mandato ou não. Sem mandato, Argôlo poderia ser punido com a inelegibilidade por oito anos.
Já Bolsonaro é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar instaurado na última semana de trabalho por dizer à colega Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria porque ela não merece. O Conselho de Ética abriu o processo contra Bolsonaro após representação PT, PCdoB, PSOL e PSB. O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que deu parecer favorável à perda de mandato de Argôlo, também relatará o processo contra o parlamentar do PP.
"Será uma tarefa constrangedora, mas necessária do futuro comando dessa Casa", declarou Alves sobre o caso Bolsonaro.