Peemedebistas afirmaram que, se for comprovada a relação de Calheiros com o esquema, o senador alagoano não terá condições de viabilizar sua reeleição para comandar o Congresso Nacional. Segundo um correligionário do senador, Renan está enfraquecido e pode ficar ainda mais se aparecer na lista de acusados pelo doleiro Alberto Youssef.
A tentativa de reeleição de Calheiros já era contestada pela oposição, especialmente o PSDB. Agora, senadores do PT e outros partidos da base estariam articulando uma alternativa. Esse grupo teria até agora 30 dos 81 senadores.
O bloco começou a ser formado quando o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, indicado por Calheiros, foi citado por Paulo Roberto Costa.
Já Henrique Alves, que foi derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, corre o risco de não se viabilizar como ministro no segundo mandato de Dilma. Ele negocia, com apoio do vice-presidente Michel Temer (SP), uma indicação para o Ministério da Previdência Social.
Alguns parlamentares se surpreenderam com a inclusão de Alves na lista. A menção ao nome do presidente da Câmara aumentou a cautela dos deputados peemedebistas ao comentar a revelação. Por enquanto, prefiro achar que (a delação) não compromete ninguém.
Deputados tentaram desvincular o líder da bancada peemedebista, Eduardo Cunha (RJ), de Henrique Alves. Cunha é favorito na disputa pela presidência da Câmara. Os peemedebistas consideram que denúncias contra Alves, que não tem mais mandato parlamentar, não terão reflexo sobre o líder. O candidato é o Eduardo Cunha e não o Henrique, disse Leonardo Picciani (RJ), enfatizando que é preciso saber o contexto em que as pessoas estão sendo citadas pelo delator.
Já o deputado Danilo Forte (CE) acredita que a nova legislatura começará sob a pressão. Vai ter reflexo com certeza na eleição das Mesas Diretoras e na indicação para os ministérios, concluiu.
O assunto deverá entrar na pauta da reunião de Temer com a bancada do PMDB na próxima segunda-feira cujo tema será a reforma ministerial..