"O Parlamento discute quebra de decoro.
Cunha já percorreu 14 Estados desde o início deste mês em sua campanha pela Presidência da Câmara e declarou que em momento algum tem sido questionado sobre o suposto envolvimento de seu partido em denúncias de corrupção provenientes da operação Lava Jato, que, de acordo com delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, implica parlamentares do PMDB.
"Zero, não se entra nessa questão, porque, aconteça o que acontecer, o que eu farei como presidente da Câmara é cumprir o regimento", minimizou, durante café da manhã com jornalistas.
Indagado sobre a declaração da presidente Dilma Rousseff, que afirmou ontem que pretende consultar o Ministério Público antes de nomear ministros para seu próximo governo, Cunha opinou: "Cada um tem os seus critérios para escolher sua equipe. Mas parece que o Ministério Público não pode colaborar muito. E tem mais: pode ser que, no momento da consulta, o MP não tenha nada contra determinada pessoa. Mas depois, com o passar da investigação, podem surgir fatos novos."
O deputado aproveitou para refutar qualquer ideia de impeachment contra a presidente. "Isso é descabido. Quem ganhou a eleição tem representatividade para governar."
Como aspirante a presidente da Câmara, Cunha afirmou acreditar que em 2015 deve haver a votação da reforma política e a discussão da tributária.
Ele afirmou que, além da independência da Câmara em relação ao poder Executivo, está defendendo em sua plataforma de campanha que a casa promova mais debates. "Um exemplo da falta de diálogo: aprovamos ontem o Orçamento (na Comissão Mista de Orçamento) e eu nem sei o que tem dentro. É mais uma peça de ficção, como foram todas as outras.".