Em rápida entrevista coletiva, Cardozo disse ter conversado ontem à noite por telefone com Janot. O chefe do Ministério Público Federal afirmou a ele que não teria como repassar qualquer informação ao governo porque as delações premiadas da Lava Jato correm sob segredo de Justiça. Cardozo disse ter repassado o posicionamento de Janot para Dilma Rousseff hoje pela manhã.
"O procurador-geral da República nos disse que não tinha como fornecer qualquer tipo de informação, uma vez que essa questão está sob sigilo legal e que naturalmente não dependeria de uma decisão dele a respeito", afirmou. Segundo ele, o repasse de qualquer nome poderia atrapalhar futuras investigações.
O ministro da Justiça disse que, diante da negativa de Janot, as nomeações para compor o segundo mandato de Dilma levarão em conta as "informações disponíveis" no momento. Questionado se poderiam levar em conta os vazamentos da imprensa, ele disse que a análise primeira é a que está disponível em registros oficiais e, no caso da imprensa, elas passarão por uma avaliação do governo.
Consultoria
Cardozo rebateu a crítica feita pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa segundo o qual a sugestão feita ontem por Dilma colocaria o Ministério Público como órgão de assessoria da Presidência. Barbosa chegou a chamar a iniciativa de "degradação institucional".
"Eu acho curiosa a crítica, porque ter informações é algo básico, porque é natural que um governante, para formar a sua equipe, tenha informações", disse Cardozo. "Talvez o ministro Joaquim não teria entendido bem, a gente não pediu consultoria, pediu informações", completou..