Na época em que foi abordado pela Polícia Federal, Hilton contou que os recursos eram provenientes de doações de fiéis do Sul do estado.
No momento em que foi flagrado no aeroporto, Hilton estava acompanhado do vereador do PL em Belo Horizonte Carlos Henrique da Silva, também pastor da Universal. Os dois estavam numa aeronave particular e vinham de Poços de Caldas. O Departamento de Aviação Civil havia alertado a Polícia Federal de que o avião transportava dinheiro. Quando desembarcaram, os dois foram imediatamente abordados. A liberação das malas e dos políticos foi autorizada pelo delegado executivo da PF em Minas, Domingos Pereira dos Reis.
Em 2012, Hilton foi candidato a prefeito de Contagem (MG). Não obteve sucesso. Na época, declarou possuir R$ 626 mil, contra os R$ 669 mil informados este ano, que incluem uma residência e um automóvel VW Jetta. Em 1998, declarou apenas uma linha de telefone celular, sem informar os valores, quando disputou uma vaga de deputado estadual pelo PST. Em 2002, um apartamento, um Gol e um Vectra. Nas últimas eleições, ele teve R$ 496 mil em doações recebidas. A maior parte veio do comitê financeiro do PRB, mas com origem em empresas como JBS S.A., Bradesco, Construtora Queiroz Galvão e Cervejaria Petrópolis.
Nos três mandatos em que esteve na Câmara, Hilton, presidente regional do PRB-MG e líder da legenda na Casa, gastou R$ 1,77 milhão do cotão, entre 2009 e este ano. O cotão é uma verba multiuso para pagar despesas como alimentação, hospedagem, combustíveis e passagens aéreas.
Ontem, a assessoria de imprensa do novo ministro afirmou que não houve nenhuma abertura de inquérito ou processo em razão da apreensão do dinheiro.
Gracie em comitê da Petrobras
Brasília – A Petrobras aprovou a criação de um comitê especial de interlocução entre a estatal e os escritórios de advocacia contratados para conduzir as investigações internas de irregularidades na petroleira. O membro brasileiro do colegiado, que terá linha direta com o Conselho de Administração da empresa, será a tucana Ellen Gracie, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O integrante estrangeiro anunciado foi Andreas Pohlmann, que atuou na Siemens de 2007 a 2010. Há ainda um diretor de Governança, Risco e Conformidade que ainda não foi nomeado.
Em comunicado, a petroleira informou que cabe ao comitê aprovar o plano de investigação, receber e analisar os dados encaminhados pelos escritórios, assegurar que a investigação mantenha a independência, implementar recomendações feitas pelos advogados contratados e elaborar relatório final com as conclusões do trabalho. O colegiado fará também recomendações em relação às políticas internas da estatal e procedimentos relativos à investigação.
Para agilizar os trabalhos, o comitê iniciará as atividades com a atuação dos dois membros independentes. “O diretor de Governança, Risco e Conformidade passará a integrar o grupo tão logo seja nomeado”, comunicou a empresa.
Na mesma nota, a Petrobras ressaltou a competência e a seriedade da ministra aposentada do STF. “É reconhecida dentro e fora do Brasil por ser grande jurista com vasta experiência na análise de questões jurídicas complexas”, ressaltou a estatal. Andreas Pohlmann é formado em direito pela Universidade Goethe, em Frankfurt, e tem doutorado pela Universidade Tubingen, também na Alemanha..