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Estado de Minas INFERNO ASTRAL DE 1.460 DIAS NA CASA

Dilma terá de lidar com oposição reforçada por políticos experientes de volta ao Senado

A oposição no Senado terá figuras como os tucanos mineiros Aécio Neves e Antonio Anastasia, e o candidato a vice do PSDB na última campanha presidencial, Aloysio Nunes (PSDB-SP)


postado em 25/12/2014 00:12 / atualizado em 25/12/2014 07:22

Brasília – Ao entregar a faixa presidencial para Dilma Rousseff em 1º de janeiro de 2011, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia “arrumado a casa” no Congresso para a sucessora. Na Câmara, o PT tinha ultrapassado, pela primeira vez, o PMDB em número de parlamentares. No Senado, o empenho do cacique petista em disputas estaduais contribuiu para tirar da Casa nomes tradicionais da oposição.

No segundo mandato, porém, Dilma não deve ter vida fácil no Senado: Tasso Jereissati (PSDB-CE) e outros nomes importantes do campo oposicionista voltarão ao ringue. Para piorar, alguns dos principais defensores do governo na Casa podem se ver em apuros diante dos desdobramentos da Operação Lava-Jato. É o caso dos petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Humberto Costa (PE).

A lista de 28 políticos que teriam sido citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa inclui ainda outros nomes importantes da base aliada no Senado. É o caso dos peemedebistas Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros (AL), atual presidente da Casa. Assim como o líder do PT, Humberto Costa (PE), outro citado seria o ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os petistas, também aparece o senador Delcídio do Amaral (MS), com mais quatro anos de mandato a cumprir.

Em notas divulgadas nos últimos dias, todos eles negaram as acusações. “É ilegal e irresponsável incluir numa mesma lista políticos acusados de receber propina e outros que foram apenas citados. No meu caso, fui citado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa”, escreveu Lindbergh Farias, depois da divulgação da lista pelo jornal O Estado de S.Paulo.


Ofensiva Em 2010, a máquina então comandada por Lula manobrou para derrotar nos estados nomes aguerridos da oposição. Dos nove senadores que tentaram a reeleição e perderam naquele ano, cinco eram políticos que atrapalharam a vida de Lula na Casa em seus dois governos. Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heráclito Fortes (DEM-PI), Marco Maciel (DEM-PE) e Efraim Moraes (DEM-PB), além de Tasso Jereissati, acabaram perdendo os mandatos para parlamentares da base de Lula.

No Amazonas, por exemplo, Virgílio foi substituído por Vanessa Grazziotin (PCdoB) e Eduardo Braga (PMDB) depois de um Lula com popularidade recorde pedir votos para os dois no horário eleitoral. “É um Senado que vai contar, além das figuras que já estão aqui, com o José Serra (PSDB-SP), o Ronaldo Caiado (DEM-GO), o Tasso. E os partidos de oposição estão num momento de muita sintonia entre si, ao contrário do que ocorre na base. Não é que os partidos da base não se articulem, é que não há sintonia entre eles”, diz o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

Além dele, a oposição no Senado terá figuras como os tucanos mineiros Aécio Neves e Antonio Anastasia, e o candidato a vice do PSDB na última campanha presidencial, Aloysio Nunes (PSDB-SP). Agripino ressalta ainda que a oposição no Senado escalará parlamentares “especialistas” para cada área. “Teremos um monitorando saúde, outro educação, outro previdência, e por aí vai, para acompanhar atentamente as ações do governo”, diz ele.

Debates Para o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), os oposicionistas tendem a levar vantagem nos debates. “Do ponto de vista da oposição, a principal mudança é qualitativa. A oposição conseguiu trazer de volta nomes importantes. Ao mesmo tempo, a situação perdeu quadros de peso, ou porque foram derrotados nas urnas ou porque desistiram. É o caso do Pedro Simon (PMDB-RS), José Sarney (PMDB-AP) e Eduardo Suplicy (PT-SP)”, avalia.

“O avanço numérico da oposição foi relativamente modesto, e o governo continua tendo maioria na hora do voto. Mas, em certos debates, o governo terá dificuldade”, diz Queiroz. Entre os partidos tradicionais de oposição aos governos petistas (PSDB, DEM e PPS) o número de senadores permaneceu estável. O PSDB perdeu duas cadeiras (de 12 para 10), fato compensado pelo PPS, que voltará a ter representação no Senado, com uma cadeira, e pelo DEM, que terá cinco vagas (até este ano, eram quatro). O ganho numérico da oposição pode vir de partidos como o PSB, que esteve na base do governo até 2013 e que, atualmente, adota postura independente no Senado.


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