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Estado de Minas

Próximo ministro dos Transportes é homem de confiança de condenado no Mensalão

Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP) é braço-direito do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP)


postado em 30/12/2014 06:00 / atualizado em 30/12/2014 07:07

Rodrigues se reuniu com o ex-deputado Valdemar Costa Neto na Papuda(foto: Geraldo Magela/Agência Senado 19/11/13)
Rodrigues se reuniu com o ex-deputado Valdemar Costa Neto na Papuda (foto: Geraldo Magela/Agência Senado 19/11/13)

Brasília
– O próximo ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), que voltou a ocupar o cargo de vereador de São Paulo após substituir Marta Suplicy (PT-SP) no Senado enquanto a petista esteve à frente do Ministério da Cultura, é homem de confiança do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). No ano passado, o ex-parlamentar, condenado a sete anos e dez meses de prisão no julgamento do mensalão, comandava a legenda de dentro da cadeia. Em dezembro, por exemplo, o novo ministro, então secretário-geral do PR, reuniu-se com o ex-deputado no Complexo Penitenciário da Papuda para traçar metas a fim de eleger uma bancada forte nas eleições, conjecturar alianças nos estados e fazer sondagens de potenciais candidatos com possibilidade de votações expressivas.

Na época, Rodrigues confirmou, no primeiro momento, a ascendência do presidiário Valdemar sobre a sigla. “Sem dúvida nenhuma. Não é por ele encontrar-se nessa situação que iremos desprezá-lo”, justificou. Escolhido estrategicamente pelo ex-deputado para conduzir as decisões da sigla, o ex-senador, num segundo momento, mudou o tom e fez questão de salientar que o correligionário já não dava as cartas de dentro da cadeia. “O Valdemar se afastou do partido. Ele está estudando, fazendo um curso na prisão. Fiz uma visita particular. Ele é meu amigo”, ressaltou.

Fontes da própria sigla afirmaram que Valdemar orientava os correligionários por meio de Rodrigues em relação a alianças e candidaturas em 2014. Além de dois advogados, ele foi o único político escolhido por Valdemar como porta-voz informal da legenda. O ex-líder do PR na Câmara Anthony Garotinho (RJ), por exemplo, tentou ir à Papuda, no ano passado, para um encontro com Valdemar, mas foi barrado. “Liguei para a secretária dele. Queria visitá-lo, mas tive a informação de que ele só estava recebendo os advogados. Acho estranho que ele tenha recebido o Antônio Carlos Rodrigues.”

Em 2012, o novo ministro chegou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo pela suspeita de enriquecimento ilícito. O caso acabou sendo arquivado. Dois anos antes, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia acatado recurso contra decisão de segunda instância que o condenava a devolver R$ 32,7 milhões aos cofres públicos em razão de um contrato firmado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) quando ele comandava a companhia, em 1992. Ele presidiu a Câmara Municipal de São Paulo por quatro vezes e foi chefe de gabinete na Secretaria das Administrações Regionais na gestão Paulo Maluf (1992-1996). O Estado de Minas tentou entrar em contato com o novo ministro, no entanto, não o localizou.


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