O Partido Republicano Brasileiro (PRB), formado majoritariamente por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, vai comandar o Esporte, pasta que ganha peso com as Olimpíadas de 2016, não só no governo federal, mas em vários estados. Além do ministério, que será ocupado pelo pastor e deputado federal George Hilton, presidente do PRB mineiro, o partido já indicou nomes para gerir secretarias estaduais da área. Em Minas Gerais, a Secretaria de Esportes, que será desmembrada da pasta de Turismo, deve ficar com o deputado estadual Pastor Carlos Henrique (PRB). O partido, que apoiou a eleição de Pimentel desde o começo da disputa, indicou o nome do ex-vereador e atualmente deputado para o cargo.
Em São Paulo, o nome do vereador e também pastor da Universal Jean Madeira (PRB) já foi anunciado oficialmente para o cargo pelo governador reeleito, Geraldo Alckmin (PSDB). No Distrito Federal, a indicada é a ex-jogadora de volêi da Seleção Brasileira Leila Barros, que tentou, sem sucesso, eleger-se deputada distrital pelo PRB. A legenda emplacou ainda o nome do pastor e deputado estadual eleito David Durand para o cargo no Ceará. Com exceção do estado nordestino, os outros citados serão sede de jogos das Olimpíadas. Em outros estados, o partido tem nomes cotados para o mesmo cargo, mas ainda não há anúncio oficial.
A implantação de infraestrutura para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 contará com orçamento de R$ 1,3 bilhão em 2015, um aumento de 166% em relação aos valores alocados em 2014. Ao todo, a pasta deverá manejar recursos da ordem de R$ 2,5 bilhões. A proposta orçamentária ainda não foi aprovada e só será analisada em fevereiro. Além do orçamento, o Ministério dos Esportes faz parte da Autoridade Pública Olímpica, consórcio que reúne o Rio de Janeiro e a Prefeitura da capital fluminense, sede do evento, e é responsável pelo gerenciamento das obras de infraestrutura para a competição.
OPOSITORES A nomeação de George Hilton para o Ministério do Esporte, no entanto, continua desagradando a diversos setores. Ontem a organização não governamental Atletas pelo Brasil, presidida pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, divulgou nota oficial condenando a nomeação do deputado, anunciada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, e criticando o modo como ele foi escolhido. Batizada de “O esporte brasileiro está decepcionado”, a nota diz que “nomeação com critério unicamente político, na maior parte das vezes, traz consigo o aumento da ineficiência de gestão (…) com custo aos cofres públicos”. A organização lembrou ainda a proximidade das Olimpíadas e afirmou que a presidente Dilma Rousseff perdeu a oportunidade de melhorar a gestão do esporte no Brasil.
A nomeação de Hilton causou surpresa nos meios esportivos e desagradou ao PCdoB, que tinha interesse em manter Aldo Rebelo (PCdoB-SP) no cargo, que deixou de disputar a reeleição para a Câmara dos Deputados para se dedicar à Copa do Mundo, em julho. O PRB não quis comentar a polêmica da nomeação. Segundo deputados próximos ao futuro ministro, ele só vai se pronunciar depois de empossado.