Nesta segunda-feira, 29, ao anunciar novos nomes para a Esplanada dos Ministérios, Dilma afastou a influência do grupo mais ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cardozo, cuja permanência no Ministério da Justiça deve ser confirmada até amanhã pela presidente, minimizou o fato. "Não existe divergência. É absolutamente natural que, às vezes, pessoas se manifestem querendo que seu grupo seja mais contemplado, mas isso é da vida", disse.
O deputado Pepe Vargas - que ocupará a Secretaria de Relações Institucionais - e o novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, em substituição a Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho, fazem parte da nova composição dos responsáveis pela articulação política dentro do Palácio do Planalto. As trocas são vistas como distanciamento de Lula, já que ambos integram no PT a corrente Democracia Socialista (DS) e não a majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), do ex-presidente. Para o ministro da Justiça, o governo que tem sido montado por Dilma para o próximo mandato é "adequado às propostas que a presidente lançou durante a campanha eleitoral".
"Não vejo com surpresa nenhum dos nomes colocados. A presidente escolheu os nomes que julga melhor", completou Cardozo.
Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, publicada nesta tarde, Pepe Vargas também rejeitou um eventual conflito entre Lula e Dilma na escolha dos novos ministros, ao dizer que todos se sentem "tanto dilmistas quanto lulistas".
Petrobras
Questionado sobre a decisão da presidente Dilma de profissionalizar o conselho de administração da Petrobras, diante dos escândalos de corrupção que atingem a estatal, Cardozo afirmou que a presidente "irá conduzir esse processo (de mudança) dentro da percepção que julgar melhor para a Petrobras e para o País". Ele evitou responder se a mudança comportaria extinguir cadeiras de ministros no conselho da empresa, por exemplo.
Cardozo participou nesta tarde da inauguração do Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle (CIICC) em Goiânia (GO), ao lado do governador reeleito Marconi Perillo (PSDB)..