Brasília - O candidato a presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) partiu para o enfrentamento com seu adversário no pleito, o líder do PMDB Eduardo Cunha (RJ), e acusou-o de "desqualificar" deputados e disse que seu discurso de campanha acabará no dia seguinte da eleição. "Nunca vi querer ganhar a eleição desqualificando os seus pares. Parece que para (a Câmara) ser altiva frente ao Executivo, é necessário um chefe para comandar", disse Chinaglia, sem citar diretamente em nenhum momento o nome do peemedebista em seu discurso.
"É só pesquisas as Medidas Provisórias para ver onde essa altivez acaba. Queremos um Parlamento que tenha de fato a independência para atender ao povo brasileiro. Não apenas para fazer um discurso que acaba no dia seguinte da eleição, basta chegar em algum tipo de acordo", reagiu Chinaglia.
Em seguida, ao citar uma frase dita pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que concorre à presidência da Câmara em uma chapa da oposição, o petista deu outra estocada em Cunha: "não é independente quem indica cargo no governo. Eu estou me sentindo independente. Quem quiser pesquisar os cargos que eu tenho no governo pode levar para casa. Nem todos os candidatos podem falar o mesmo".
As lideranças do PT, PROS e PCdoB organizaram nesta tarde um almoço entre os apoiadores da candidatura de Chinaglia. Com cerca de 60 participantes, a maior parte dos parlamentares presentes era petista e houve pouco comparecimento de outras legendas da base.
Chinaglia, no entanto, disse que está conversando com parlamentares e governadores de outros partidos e a partir da próxima semana ele deve começar um roteiro de viagens pelos Estados.