Brasília - Ao passar o comando da Controladoria-Geral da União (CGU) para o novo ministro Valdir Simão, Jorge Hage reforçou na tarde desta sexta-feira a necessidade de aprimorar no país o controle das estatais, sobretudo as de economia mista, como a Petrobras.
Segundo o ministro, as empresas de economia mista ficam fora do sistema de controle do Poder Executivo, sobretudo na prevenção de irregularidades. "E é bom lembrar que é por elas que passa hoje a parcela mais vultosa dos investimentos federais", disse ele.
Cada uma das empresas, segundo Hage, precisaria de uma estrutura de controle interno própria "e efetiva", com competências que vão além da auditoria interna. "Conforme já tive oportunidade de dizer, o que acaba de ser descoberto na Petrobras constitui clara evidência do que afirmo", disse Hage.
Ele lembrou que, apenas na Petrobras, há atualmente sete ações importantes de auditoria - incluindo os casos SBM Offshore e aquisição de Pasadena - e cerca de 40 processos de responsabilização de agentes públicos e empresas corruptoras.
Reforma
Jorge Hage defendeu ainda em seu discurso de despedida a necessidade da realização de reformas política e do processo judicial. Para ele, a despeito de dependerem do Congresso Nacional, as reformas "só acontecerão se forem abraçadas e lideradas pelo Executivo".