Petista contesta declaração de ministra sobre inexistência de latifúndio no Brasil

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que o país precisa de uma reforma agrária pontual porque o latifúndio deixou de existir no Brasil

Iracema Amaral
A ministra Kátia Abreu durante a posse, em Brasília, no ministério da Agricultura - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A recém-empossada ministra da Agricultura Kátia Abreu (PMDB/TO) já criou a primeira polêmica com representates do PT. Ela afirmou em entrevsita a um jornal de São Paulo que o latifúndio deixou de existir no Brasil. Representante do agronegócio no Senado, a ministra se licenciou do Legislativo para aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff para assumir o ministério. Desde a indicação, no entanto, ela vem encontrando resistência dentro de PT em aceitá-la no comanado da pasta. A escolha de Kátia é creditada à cota pessoal da presidente.

Na manhã desta terça-feira, um dia depois de a ministra tomar posse, o deputado federal Valmir Assunção (PT/BA) reagiu à declaração da ministra, por meio de nota, afirmando que a opinião de Kátia causou “estranheza”. Militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e assentado da reforma agrária, Assunção prometeu mandar uma lista dos latifúndios do Brasil.

De acordo com o petista, dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mostram que mais de 100 milhões de hectares de terra passaram para as mãos de latifundiários no Brasil, o que torna a declaração da ministra conflitante com o próprio governo.

Indígenas

O deputado Valmir Assunção disse também que irá enviar – assim que a Câmara dos Deputados voltar do recesso legislativo , em fevereiro- relatório da Comissão Nacional da Verdade sobre “massacre do povo indígena diante da invasão de seu território pelo latifúndio e pelo agronegócio”.
A ministra também declarou, na mesma entrevista a um jornal paulista, que os conflitos agrários com povos indígenas ocorreram porque “eles saíram da floresta e passaram a descer na área de produção”.
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