A defesa dos executivos da empreiteira OAS presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), contestaram hoje (6), na Justiça Federal em Curitiba, as interceptações telefônicas feitas durante a investigação. Os advogados pediram ao juiz federal Sérgio Moro que a PF apresente provas sobre a legalidade dos grampos telefônicos. A questão só deve ser analisada após o dia 20 de janeiro, com o fim do recesso na Justiça do Paraná.
Os advogados pretendem saber os nomes das autoridades policiais que acessaram os registros telefônicos, os números acessados, além das ordens judiciais para a quebra do sigilo telefônico dos investigados.
Na petição, os advogados alegam que estão impossibilitados de entregar defesa no próximo dia 20 de janeiro sem que as informações sejam esclarecidas. “Sem as precitadas informações, é absolutamente impossível aos requerentes realizar perícia sobre as interceptações telemáticas, tampouco indicar testemunhas técnicas que possam colaborar para o esclarecimento da correção dos procedimentos. Por evidente, não se pode presumir a legalidade dos procedimentos levados a efeito pela autoridade policial", argumentam os advogados.
Na ação penal aberta na Justiça Federal em Curitiba para investigar a OAS, respondem ao processo José Adelmário Filho, Waldomiro de Oliveira, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Fernando Augusto Stremel Andrade e João Alberto Lazzari.
De acordo com o juiz Sérgio Moro, há provas e depoimentos de delação premiada, feitos por Youssef e Paulo Roberto Costa, de que os contratos assinados entre a OAS e empresas controladas pelo doleiro foram feitos sem a comprovação da prestação dos serviços. Na mesma denúncia, a empreiteira é acusada de participar de um “clube” com outras construtoras para fraudar licitações da Petrobras.
A constestação da validade das provas obtidas pela Polícia Federal provocou a anulação de várias investigações, entre elas a Operação Satiaghara. Em 2011, a operação foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça. Na ocasião, os ministros da Quinta Turma entenderam que as provas da operação ficaram comprometidas com a participação da Agência Brasileira de Inteligência na operação.
Com Agência Brasil