O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, classificou como “falsa e covarde” a acusação de que o ex-governador de Minas Antonio Anastasia, eleito em outubro para o Senado, esteja sendo investigado pela Operação Lava-Jato – que apura o superfaturamento em contratos da Petrobras para pagamento de propina a partidos políticos. Segundo o tucano, “a acusação não se sustenta em pé, seja pelo caráter e honestidade pessoal do senador, reconhecidos até mesmo por seus adversários políticos, seja pela falta de nexo na história apresentada: um nome de clara oposição ao governo federal sendo financiado por uma organização criminosa, formada por pessoas e diretores ligados à gestão do PT na Petrobras”.
O ex-governador Anastasia também reagiu com indignação: “Tomado de forte indignação, reporto-me a notícia publicada hoje (ontem) pela imprensa que se refere ao depoimento de um policial no âmbito da operação Lava-Jato, que alega ter entregue a mim dinheiro em 2010. Em primeiro lugar, registro que não conheço este cidadão, nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro Alberto Youssef.” O senador eleito lembrou que, como governador de Minas, em 2010, não tinha qualquer relação com a Petrobras, que também não tem obras no estado. Ele destacou que, como governador de oposição, não mereceria benesses do governo federal.
Em nota, Anastasia pede acareação com o policial que o citou. “Diante desse depoimento, que tive conhecimento ontem (quarta-feira), pelo jornal (Folha de S.Paulo), já constituí advogado com o propósito de solicitar o completo esclarecimento do episódio, por todos os meios possíveis, inclusive acareação com o acusador, para verificação de qual seria a tal casa, a data desse alegado encontro, o meio de locomoção utilizado e todos os demais elementos para demonstrar, de forma cabal, a inverdade do depoimento.”
O ex-governador de Minas foi citado, em 18 de novembro, em depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filha, o Careca – preso por envolvimento na Operação Lava-Jato –, como suposto beneficiário de propina do esquema de corrupção comandado pelo doleiro Youssef. Ele teria entregado ao então candidato Anastasia R$ 1 milhão. O policial afirma que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que Youssef teria dito que o destinatário era o então candidato tucano, que se elegeu governador. A polícia mostrou então uma foto de Anastasia. “A pessoa que aparece na fotografia é muito parecida com a que recebeu a mala enviada por Youssef, contendo dinheiro”, disse Careca.