O ministro da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), evitou comentar a informação de que o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), seu colega de partido, poderia estar envolvido no esquema de corrupção da Petrobras. "Prefiro não opinar sobre o processo político neste momento", disse em passagem pela capital gaúcha, onde se reuniu com deputados e com o governador José Ivo Sartori (PMDB).
Perguntado por jornalistas, Padilha disse que não falaria sobre uma possível influência dos fatos na candidatura de Cunha, já que a recomendação é de que o Executivo não interfira no Legislativo.
"Dentre as três candidaturas, duas são da base do governo, e eu sou da base do governo. Portanto, opinar neste momento sobre elas seria contrariar a orientação da presidente (Dilma Rousseff), que é ficar longe da questão da sucessão da Câmara", falou.
Padilha limitou-se a afirmar que, hoje, é muito "prematuro" tirar conclusão sobre as informações que sugerem o envolvimento de Cunha. "O que nós lemos até hoje e ouvimos: ele (Cunha) com a convicção de que não existe nada. Não posso de nenhuma forma contrariar o que ele disse", falou.
"Tem que deixar para ver o que o Ministério Público vai falar. Qualquer coisa que anteciparmos seria tentar trabalhar com algum caráter de vidência e eu ainda não entrei nesse time. Trabalho com os pés no chão. É preciso esperar."
Segundo Padilha, se o Ministério Público disse que vai oferecer denúncia contra Cunha e outros suspeitos, isso será feito, já que se trata de um órgão "sério". "Deixa a coisa acontecer. Cada dia com sua agonia."