São Paulo, 12 - Ex-marido da senadora Marta Suplicy por 37 anos, o senador Eduardo Suplicy também está prestes a deixar de ser colega de bancada da petista. O parlamentar vai deixar o Senado após três mandatos e 24 anos de atuação representando o Estado de São Paulo no Congresso.
Para ele, o PT precisa "refletir" sobre o que Marta disse em entrevista publicada no domingo, 11, pelo jornal O Estado de S. Paulo. "Ou o PT muda, ou acaba", disse a senadora, ex-ministra dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e ex-prefeita de São Paulo.
Suplicy concorda que algo precisa ser feito, mas prefere um caminho diferente da ex-mulher, que está de saída do partido. "Muita gente já me sugeriu deixar o PT. Mas eu continuo acreditando nos propósitos do estatuto. Eu me sinto responsável por tentar prevenir e corrigir os erros do partido e dentro do partido do qual fui fundador e sou senador até agora."
"Acho importante que todos nós do PT façamos uma reflexão de profundidade a respeito (das declarações de Marta). Fato é que todos nós temos sofrido e nos preocupado com as inúmeras notícias relativas a acontecimentos com membros do PT, ou da própria administração, a exemplo do que ela citou sobre a Petrobras. E com respeito a todos os episódios, inclusive o que caracterizaram o julgamento da ação penal 470, o mensalão. A soma desses problemas obviamente requer uma atitude de nossa parte que é a de procurar prevenir e corrigir os erros. Eu tenho procurado agir nesse sentido", diz o senador.
Para Suplicy, a presidente Dilma Rousseff vem tomado "as medidas necessárias" para a apuração e responsabilização dos que praticaram essas irregularidades e a devida providência junto ao Ministério Público e à Justiça. Segundo ele, Marta poderia contribuir para a transformação do partido "na direção de tudo aquilo que nós representamos ao longo da história."