Brasília – Os ataques da senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao próprio partido deram a largada oficial à temporada de brigas entre correligionários de todo o país pela chance de disputar as eleições municipais de 2016. Assim como ocorre em São Paulo, onde a petista cobiça espaço para concorrer à prefeitura, aliados já se articulam nas grandes capitais, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, para ver o retrato nas urnas no ano que vem.
Além da briga interna com a senadora – que pode deixar o partido –, o PT enfrenta dificuldades para fechar aliança com o PMDB. Líderes dos dois partidos tentam viabilizar uma chapa única, com o peemedebita Gabriel Chalita como vice. A escolha dele, recém-convidado por Haddad para assumir a Secretaria de Educação da prefeitura, entretanto, não é consenso entre os peemedebistas. O candidato derrotado ao governo do estado Paulo Skaf (PMDB) tem sinalizado interesse em entrar na corrida.
Em São Paulo, não é só o PT da ex-ministra e o PMDB que já se mobilizam para tentar montar a candidatura. O PSDB viu a lista de pré-candidatos crescer após as eleições presidenciais. Entre os principais nomes, estão José Aníbal, suplente do senador eleito José Serra; os deputados Bruno Covas e Ricardo Tripoli; além do vereador Andrea Matarazzo. Desta vez, José Serra, eleito senador, apressou-se em negar interesse em participar das prévias.
Outro que entrará na disputa pela prefeitura é o deputado federal mais votado do estado, Celso Russomanno (PRB). Assim que eleito, ele anunciou a pré-candidatura. “Tenho dito – durante a campanha inteira – e fui cobrado na capital paulista a voltar para a disputa pela prefeitura de São Paulo”, disse, na época.
No Rio de Janeiro, pelo menos sete partidos já trabalham com os olhos em 2016. No fim do ano passado, o atual prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB), anunciou apoio a Pedro Paulo, ex-secretário da Casa Civil e deputado federal. Apesar de ter o apoio do prefeito, o ex-secretário concorre, dentro do partido, com Leonardo Picciani, filho do presidente regional do partido, Joge Picciani.
Mesmo com as declarações de apoio de Paes, Picciani tem dito que ainda está cedo para discutir o futuro da prefeitura. A parte do PMDB que está fechada com Pedro Paulo também aposta no apoio do PT. Mas a recomposição entre os dois não será fácil. Entre os petistas, os mais cotados para a disputa são o deputado Alessandro Molon e o vice-prefeito, Adilson Pires.
Também são pré-candidatos à prefeitura o senador eleito Romário (PSB), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSol), a deputada federal eleita Clarissa Garotinho (PR), o senador Marcelo Crivella (PRB) e o deputado federal Otávio Leite (PSDB).
Bahia
Em Salvador, a não ser que ocorra uma grande mudança no cenário político, o prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), bem-avaliado pela população, é candidato à reeleição. Para enfrentá-lo, o PT ainda não tem um nome forte. Político mais lembrado entre os aliados, Nelson Pelegrino tentou a prefeitura quatro vezes, mas saiu derrotado em todas. Embora outros nomes do partido tentem se fortalecer, como o deputado Valmir Assunção, o governador, Rui Costa (PT), já dá sinais de que apoiará um candidato da base, como a deputada Alice Portugal (PCdoB).
No Sul, Porto Alegre se despede do prefeito, José Fortunati (PDT), no ano que vem. O partido estuda qual caminho adotará: apoiar Sebastião Melo (PMDB), atual vice-prefeito, como cabeça de chapa; ou lançar Vieira da Cunha (PDT) como candidato principal. Pelo PT, são lembrados os nomes dos deputados federais Maria do Rosário e Henrique Fontana. O partido, entretanto, avalia também a possibilidade de apoiar a candidatura de Manuela d’Ávila (PCdoB), que começa mandato de deputada estadual.