Em meio as crises dos primeiros dias do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, minimizou atritos e afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) está “150% comprometido” com a agenda da presidente, “que acabou de ser reeleita”. Questionado se há disputa interna entre o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para corrida presidencial de 2018, o ministro desconversou. “Estamos iniciando um novo ciclo político a partir da reeleição de Dilma, totalmente concentrados no cumprimento dessa agenda política”, resumiu. Segundo ele, ainda é cedo para falar em 2018. Desde o segundo semestre do ano passado, o presidente do partido, Rui Falcão, tem endossado o retorno de Lula no próximo pleito.
O ministro disse ainda que não há conflito entre a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Na opinião dele, nenhum dos dois foram contra o direito a propriedade e não houve desrespeito à Constituição. Na cerimônia de transmissão de cargo para a Agricultura, a ministra afirmou que não há mais latifúndio no Brasil. Já Patrus defendeu derrubar a cerca de latifúndios e “as cercas que nos limitam a uma visão individualista e excludente do processo social”. “Nem a ministra foi contra a função social da reforma agrária nem o ministro foi contrário ao direito à propriedade. Os ministros respondem aos direitos que estão na Constituição”, disse Rossetto.
Segundo ele, o PT vive um momento de atualização, de avaliação. “O PT é vitorioso. Elegemos a presidenta da República, o presidente pela quarta vez seguida, temos a maior bancada da Câmara. Mesmo assim, tivemos derrotas importantes em São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Mas é isso, estamos em um processo de atualização permanente”, disse.
Em um café da manhã com jornalistas que participam da cobertura diária do Palácio do Planalto, o ministro acrescentou ainda que o governo acompanha a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Segundo ele, interessa ao governo uma “positiva estabilidade, com reconhecimento da independência entre os poderes”.