Diante da insistência dos jornalistas sobre as críticas de Marta Suplicy à escolha de Juca Ferreira, Rossetto desconversou: "A Marta saiu faz tempo do governo". Na verdade, a senadora deixou o Ministério da Cultura em 11 de novembro e, já naquela ocasião, provocara mal-estar no governo ao criticar, em carta divulgada na internet, até a condução da política econômica.
A estratégia montada pelo governo para esvaziar as críticas de Marta, a que Rossetto se referiu, foi a de mobilizar os ministros mais próximos à presidente Dilma Rousseff para prestigiarem a posse de Juca. Entre os ministros estava Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e atual homem forte do governo, o que deixou explícito o apoio político ao novo ministro. A intenção foi demonstrar unidade no governo e fazer um contraponto a Marta, isolando-a no partido.
Questionado se concordava com Marta que o PT precisa mudar, a senadora afirmou: "ou o PT muda, ou acaba" -, Rossetto respondeu: "o PT vive e busca atualização permanente e aprendeu com seus erros e acertos". Depois de destacar que o partido "é vitorioso" porque elegeu a presidente da República, inúmeros governadores, a maior bancada na Câmara e a segunda maior no Senado.
Ele reconheceu que o partido sofreu derrotas importantes, como em São Paulo e Rio Grande do Sul, mas ressaltou que faz parte da agenda partidária "olhar para o futuro".
Para o ministro Rossetto "é cedo" para começar a discutir a sucessão da presidente Dilma Rousseff em 2018. Marta defende a volta de Lula ao poder e lembrou que já defendia sua candidatura em 2014, em detrimento de Dilma. Afirmou ainda que Mercadante "mente" ao dizer que não quer disputar o Planalto.
"O PT está apoiando Dilma, seu mandato. Acabamos de sair da eleição. Estamos 150% comprometidos com o governo que está se iniciando. É cedo falar nisso (sucessão em 2018) agora".
Rossetto aproveitou para fazer uma defesa do ministro Juca Ferreira. "Estamos entusiasmados com a capacidade de trabalho dele", comentou o ministro Rossetto, lembrando que a área cultural prestigiou sua posse e que há uma "expectativa" não só do governo, como do próprio setor, com seu desempenho.
Reforma política
Durante a conversa com jornalistas, o ministro garantiu que o governo vai cumprir a responsabilidade de levar adiante a reforma política no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
"Reforma política é agenda definitiva para a sociedade brasileira. Vamos retomar o debate", comentou, depois de criticar os custos elevados da campanha eleitoral de 2014.
Questionado sobre a formatação da reforma política, se seria via plebiscito, referendo ou projeto de lei de iniciativa popular, o ministro disse que "nenhuma das ideias está descartada", apesar de ressaltar a preferência por um plebiscito..