A “agenda permanente” de diálogo com a sociedade prometida por Dilma Rousseff neste segundo mandato envolve incentivar os ministérios a construir essa dinâmica, ter capacidade de ouvir críticas e sugestões e a tomar a iniciativa em temas importantes como a reforma política. Assim resume o seu trabalho na Secretaria-Geral da Presidência o novo ministro, Miguel Rossetto, durante café da manhã com jornalistas nesta terça-feira no Palácio do Planalto.
“O Congresso Nacional dará a última palavra nesse tema”, continuou, argumentando que os parlamentares, assim como o Supremo Tribunal Federal (STF), também têm a sua responsabilidade. O ministro disse que faz parte dessa agenda a decisão do STF sobre o que acredita ser o tema principal, o financiamento empresarial de campanhas. Aguarda para ser votada no tribunal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que visa a proibir empresas de financiarem partidos políticos e campanhas eleitorais.
Miguel Rossetto disse que a partir dessas conversas será possível iniciar uma mobilização com a ajuda da população em prol do tema, já que “a sociedade brasileira” quer isso, e em uma “relação de curto prazo”. A discussão começa, segundo ele, com base nos projetos que já tramitam no Congresso Nacional, mas ainda estão em aberto os instrumentos dessas mudanças, como a forma de consulta popular (se plebiscito ou referendo).
Sobre os protestos que ocorreram na semana passada, em São Paulo e no Rio de Janeiro, contra o aumento das passagens de ônibus, o ministro disse acreditar que as políticas tomadas até o momento pelas prefeituras visando a gratuidade para estudantes e para a população respondem de “maneira adequada” a esses setores. “O governo tem participado com força de grandes investimentos nas obras de mobilidade em grandes cidades”, disse, referindo-se aos R$ 143 bilhões prometidos para ações prioritariamente em metrôs e corredores de ônibus.