A Justiça Federal autorizou, nesta quinta-feira, a internação do vice-presidente da Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, preso em Curitiba acusado de participar do esquema de corrupção na Petrobras, por tempo indeterminado. O executivo foi levado ao hospital na tarde de quarta-feira com uma crise de cálculo renal.
Na decisão, a juíza autorizou também que a mulher de Cunha Mendes permaneça na companhia dele durante o período de internação, 'excepcionalmente e por questões humanitárias', sob crivo e controle da Polícia Federal. A visita dos defensores e outros parentes do custodiado também foi permitida.
"Fica proibido o uso por Sérgio Cunha Mendes de aparelhos de telefone ou de outros meios de comunicação como internet. Por este motivo, poderá a escolta restringir, dentro do quarto em que se encontra o custodiado, o uso de aparelhos pela esposa, defensores e parentes", alertou a juíza.
Segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula, Cunha Mendes foi removido emergencialmente pela equipe do SAMU para o Hospital Santa C nesta capital, onde teria sido diagnosticada uma calcificação em um dos rins. Informou ainda que a equipe médica estaria elaborando laudo para que a defesa pudesse solicitar autorização para internação do custodiado, e que a polícia Federal o estaria acompanhando no estabelecimento hospitalar.
O executivo foi internado no hospital particular Santa Cruz, em Curitiba, por volta das 17 horas de ontem. O local é o mesmo que tem atendido outros presos pela Operação Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef.
Sérgio Mendes foi preso na sétima fase da operação Lava Jato, batizada de Juízo Final, com outros empreiteiros. Na ocasião, se recusou a viajar de Brasília (onde mora) para Curitiba em avião da PF e se entregou de jatinho particular.
Da empresa Mendes Junior, a PF indiciou também Angelo Alves Mendes, Flávio Sá Motta Pinheiro e Rogério Cunha de Oliveira. A acusação é que as empreiteiras eram contratadas pela Petrobras mediante pagamento de propina para partidos políticos e dirigentes da estatal.