Brasília – A disputa pela chance de ser o porta-voz do partido na Câmara dos Deputados provocou um mal-estar entre parlamentares petistas. Cerca de 20 dias antes da reunião oficial para decidir quem será o líder da bancada este ano, o deputado Sibá Machado (PT-AC) se antecipou aos correligionários e anunciou que havia sido escolhido para o cargo. A reação foi imediata. Lideranças da legenda negam que haja qualquer decisão sobre o assunto. Na briga interna, há pelo menos outros cinco deputados.
Além de representar o partido nas reuniões com a Mesa Diretora, que decidem quais são as prioridades de votação e debatem a condução política da Casa, o posto de líder tem outro grande atrativo para os parlamentares: os holofotes da mídia. Embora Sibá já tenha se proclamado líder, a briga promete se acirrar até 31 de janeiro, quando a sigla deve se reunir para bater o martelo. Outros nomes cotados são Afonso Florence (BA), Alessandro Molon (RJ) e Paulo Pimenta (RS).
“Fizemos um acordo de rodízio. A corrente do PT Construindo um Novo Brasil (CNB) ficará na liderança em 2015.
Nada decidido
De acordo com os deputados José Guimarães (CE) e Paulo Teixeira (SP), no entanto, a bancada ainda não deliberou sobre o assunto. “Decidiremos em 31 de janeiro”, resume Guimarães, sem comentar as declarações de Sibá. Ele foi líder do partido em 2013. Teixeira também comandou a bancada, em 2011. O PT procura não repetir as lideranças e, por isso, mesmo que os dois sejam lembrados por correligionários, entram na disputa com menos chances. Oficialmente, apenas Sibá se declara candidato.
Só um parlamentar foi líder do PT mais de uma vez. O ex-deputado José Genoino (SP), fora da cena política desde que foi condenado no mensalão, comandou a bancada em 1990 e 1999. Nos dois anos, o partido era oposição na Casa e Genoino ficou conhecido como um bom conhecedor do regimento interno, por conseguir usá-lo para marcar a posição do PT nas votações.
Nomeação
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, vai nomear para a Secretaria de Assuntos Internacionais da pasta o deputado Cláudio Puty (PT-PA), que não foi reeleito. A posse deve ocorrer em fevereiro, quando o petista fica sem mandato. A secretaria é responsável no ministério por autorizar financiamentos de estados e municípios com órgãos internacionais, coordenar o pagamento de órgãos internacionais e acompanhar a execução de programas e projetos aprovados pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex)..