A corte deve discutir se adota ou não as mesmas regras usadas pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público, que generalizaram o pagamento do benefício - fixado em R$ 4,3 mil - para todos seus integrantes.
O relator do caso, ministro Raimundo Carreiro, afirmou à reportagem que vai sugerir aos colegas que aceitem as regras das outras instituições.
Carreiro planeja apresentar seu relatório sobre o assunto na sessão desta quarta. Após sua intervenção, devem votar os outros ministros presentes - a corte é formada por nove ministros, mas nem sempre o quórum é completo. Se o tema não sair da pauta e se ninguém pedir mais tempo para refletir, a decisão será tomada hoje mesmo.
O que o TCU está analisando é a solicitação da Associação dos Tribunais de Contas do Brasil para que a corte reconheça o direito de seus integrantes de receberem o auxílio. A mesma solicitação foi enviada pela associação a todos os outros tribunais de contas do País. A decisão do TCU deve servir de orientação para as demais cortes.
O número de conselheiros dos tribunais de contas estaduais é fixado em sete pela Constituição. A composição dos seis tribunais ligados aos municípios é variável.
Proprietários
Na edição de domingo, o Estado mostrou que cinco ministros do STJ recebem o auxílio-moradia mesmo sendo proprietários de imóveis nos bairros mais caros de Brasília, cidade em que trabalham. O tribunal é composto por 33 ministros, mas atualmente quatro cadeiras estão vazias.
Cinco dos 26 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e quatro dos 11 integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal também são donos de imóveis nas áreas nobres da capital federal e, mesmo assim, recebem o benefício.
No TCU, atualmente, nenhum ministro recebe o auxílio.