Balanço da Petrobras vai loevar em conta prejuízo com a corrupção

Estado de Minas
Brasília – A Petrobras admitiu nessa quarta-feira que seu próximo balanço financeiro – referente ao terceiro trimestre do ano passado – pode considerar os prejuízos provocados pelo escândalo de corrupção investigado na Operação Lava-Jato.
Em comunicado ao mercado, a empresa informa que avalia, antes de divulgar os resultados, contratos de fornecimento com as empreiteiras citadas na apuração do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, inclusive os relacionados à Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

O comunicado é uma resposta a ofício da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que pediu esclarecimentos à petrolífera sobre reportagem do jornal Folha de S.Paulo. O texto diz que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a continuidade das obras de Abreu e Lima em 2012, quando os investimentos já somavam US$ 17 bilhões e a perda estimada era de US$ 3,2 bilhões. Obra mais cara em andamento no Brasil, a refinaria tinha como investimento previsto US$ 2,4 bilhões em 2005. Hoje, a estimativa é de US$ 18,5 bilhões.

“Cabe ressaltar que, em função dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, a Petrobras está realizando as análises necessárias para o fechamento e a divulgação das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, incluindo a avaliação individual de ativos e projetos cuja constituição se deu por meio de contratos de fornecimento de bens e serviços firmados com empresas citadas na Operação Lava-Jato, inclusive a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), o que poderá resultar no reconhecimento de perdas e a consequente revisão de seu ativo imobilizado atual”, afirma a Petrobras na nota. O balanço está suspenso desde novembro.

TCU

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) negou nessa quarta-feira os recursos da Petrobras e do ex-presidente da empresa Sérgio Gabrielli que pediam que a Corte não compartilhasse mais nenhuma informação com a força-tarefa montada para apurar as denúncias da Lava-Jato. “Quando a Petrobras se insurge, recorrendo para que não sejam enviados esses documentos, causa, no mínimo, uma estranheza”, disse o ministro André Luís de Carvalho..